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Câmara de Lisboa ocultou gastos de 228 mil euros com visita do Papa

Autarquia gastou afinal 228 mil euros com a visita de Bento XVI, em Maio passado, de acordo com o portal dos contratos públicos

«A César o que é de César, a Deus o que é de Deus». Foi esta a frase usada por D. José Policarpo para explicar que não iria pedir dinheiro para o altar para receber Bento XVI à câmara municipal de Lisboa, por entender que as cerimónias litúrgicas não deviam ser financiadas pelo poder autárquico ou político. Mas a realidade parece ter sido diferente, segundo avança o «Público».

Uma consulta ao portal dos contratos públicos confirma que só em altifalantes e ecrãs gigantes para a missa o município gastou 68 mil euros. Um trabalho entregue, sem concurso público, à Tecnilaser - uma empresa especializada na produção de espectáculos multimédia e no aluguer e montagem de equipamentos audiovisuais. A mesma empresa a que o Governo recorreu no lançamento do computador Magalhães e na assinatura do Tratado de Lisboa.

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Aos 68 mil euros somam-se mais 82.460 euros, entregues em quatro parcelas à empresa responsável pelo altar, a Multilem. De acordo com o portal dos contratos públicos, 35 mil euros foram gastos com o aluguer de uma tenda para a missa, 23.700 com a própria missa campal e outro tanto com «serviços de meios técnicos audiovisuais».

«A câmara assumiu os custos relativos à montagem de dois ecrãs (Praça do Município e Rua Augusta) na perspectiva de que a Praça do Comércio seria pequena para acolher todos quantos quisessem assistir à cerimónia - o que se veio a revelar de toda a utilidade», justifica a autarquia ao Público.

O portal dá conta de mais dois ajustes directos relacionados com a cerimónia: a montagem e desmontagem de estruturas e o fornecimento de refeições. Tudo somado dá quase 170 mil euros. Se se juntarem os 59 mil euros de horas extraordinárias dos funcionários, o total sobe a 228 mil euros.

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