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Alcochete: William Carvalho implica Bruno de Carvalho

Em julgamento, o jogador que agora atua no Bétis, disse que o anterior presidente do Sporting mandou "partir os carros dos jogadores" para os ameaçar

William Carvalho, a jogar agora no Bétis de Sevilha, disse, esta sexta-feira, em tribunal, que Bruno de Carvalho terá mandado "partir os carros dos jogadores" para os ameaçar. Declarações proferidas na 24ª sessão do julgamento das agressões na Academia do Sporting em Alcochete. 

“O Mustafá ligou-me a dizer que o Bruno de Carvalho lhe tinha ligado e tinha dito para partir os carros dos jogadores, para ameaçar os jogadores."

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Além deste dado, o jogador, que foi o terceiro a apresentar a carta de rescisão com o clube, depois dos incidentes, disse que o antigo presidente do Sporting lhe disse que ele era "um dos culpados dos maus resultados" no clube. O jogador disse que, em abril, depois da derrota com o atlético e dos posts no Facebook, “o presidente virou-se para mim e disse que era um dos culpados dos maus resultados, disse que eu já devia ter saído há muito tempo". "E eu disse-lhe que ele dizia ter vergonha por estar a dizer aquilo”, acrescentou. 

O jogador, que depôs por Skype, por estar a jogar no estrangeiro, entrou para o Sporting com 14 anos e saiu com 26. 

no depoimento, admitiu conhecer alguns dos arguidos, entre eles, Domingos Monteiro, Fernando Monteiro, Fernando Mendes, Mustafá e Tiago Silva. "Conheço o Elton camará [“Aleluia”], não é uma amizade, mas se o vir cumprimento-o”, disse.

William Carvalho descreveu os acontecimentos de 14 de maio: 

Quando as pessoas entraram eu estava dentro do balneário. (...) Eu apercebi-me antes de entrarem no balneário porque estava no ginásio. Gritavam e faziam barulho. (...) Quando me apercebi, já estavam dentro do balneário. O Vasco Fernandes chegou a fechar a porta, mas eles conseguiram abrir porque a porta não tem chave.”

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Eram 40, uns trinta e tal quarenta. Eles entraram e estavam aos gritos, a ameaçar 'vamos matar-vos' e a perguntar 'onde está o William e o Rui Patrício. Um agarrou-me no braço e disse-me que não era digno de vestir aquela camisola, fui agredido por três ou quatro no peito e nas costas.”

William contou ainda que estava ao pé de Rui Patrício e de Coates: “Ambos tentaram socorrer-me.”

Eu vi lançarem tochas lá fora, dentro do balneário não vi, mas percebi que estavam tochas também.”

O jogador disse também que, das pessoas que entraram no balneário, reconheceu Valter Semedo: “O Rui e o Coates conseguiram segurar os rapazes que me estavam a dar socos e eu consegui sair para a casa de banho. Foi nesta altura que vi o Valter Semedo à porta da casa de banho. Eu perguntei-lhe ´o que é que se passa aqui?´ E ele disse ´depois falamos'.”

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 William afirmou ter visto Fernando Mendes, Alelui e outra pessoa "na parte de fora do edifício", mas não se lembra se deram alguma justificação para ali estarem. o”  

Vi o Jorge Jesus com marcas vermelhas no rosto e no pescoço e vi o Bas Dost que estava com a cabeça partida. Estava numa situação de impotência, nunca me tinha acontecido. Quando me agarraram pensei que não sabia o que fazer. Provocou-me medo, pânico.”

Geraldes: Bruno de Carvalho disse à Juve Leo 'façam o que quiserem'"

O antigo ‘team manager’ do Sporting André Geraldes afirmou esta sexta-feira, em tribunal, que o ex-presidente Bruno de Carvalho disse aos elementos da claque Juventude Leonina “façam o quiserem”, quando estes mostraram descontentamento com a prestação da equipa de futebol.

“Na reunião com a claque Juve Leo, Bruno de Carvalho terá dito: ‘façam o que quiserem’”, afirmou André Geraldes, ouvido hoje através de videoconferência na 24.ª sessão do julgamento da invasão à academia do clube, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, que decorre no tribunal de Monsanto.

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Segundo André Geraldes, a reunião decorreu a 7 de abril, na sede da Juve Leo, conhecida como a ‘Casinha’, dois dias depois da derrota por 2-0 no terreno do Atlético de Madrid para a Liga Europa, após a qual Bruno de Carvalho fez um ‘post’ a criticar os jogadores.

Geraldes referiu que “Bruno de Carvalho era uma pessoa próxima das claques e estava a ser pressionado por elas”, depois destas terem “demonstrado insatisfação” pelos resultados da equipa de futebol.

O antigo ‘team manager’ referiu que em algumas ocasiões Bruno de Carvalho “usou um tom bélico com os jogadores”, e que, depois da derrota com o Marítimo, em 13 de maio de 2018, dois dias antes da invasão, “o presidente estava descontrolado”.

Geraldes garantiu não ter tido conhecimento prévio da ida de adeptos à academia, contrariando a versão de Bruno Jacinto, o oficial de ligação aos adeptos, que disse ter-lhe enviado duas mensagens escritas na véspera, a avisar que haveria uma visita no dia 15.

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O atual diretor-executivo do Farense disse ter sabido da invasão “pelas imagens televisivas”, pois estava no estádio de Alvalade numa reunião “na qual também estava Bruno de Carvalho, que entrou e saiu várias vezes da sala”.

O Bruno de Carvalho disse para pararmos o que estávamos a fazer e irmos à academia. Fomos juntos”, explicou.

A única testemunha ouvida durante a tarde garantiu que o presidente Bruno de Carvalho lhe disse que “queria despedir o treinador Jorge Jesus desde o início de maio”.

Geraldes referiu que “objetivamente não teve conhecimento de que alguém queria fazer mal aos jogadores do Sporting”, mas admitiu que “o ambiente criado ao longo tempo pode ter potenciado isso”.

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