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Quem tem medo dos sindicatos?

Sócrates garante que não. E que até sentiria falta se deixassem de o acompanhar com protestos. Oposição classifica a presença da PSP na sede de um sindicato da Covilhã como «atitude pidesca». Líder da FNE diz que há memória de acções destas, mas são anteriores ao 25 de Abril de 1974. A governadora de Castelo Branco diz que é normal

Dois agentes à paisana da PSP visitaram o Sindicato de Professores da Região Centro, na Covilhã, por causa de uma acção de protesto marcada para esta terça-feira durante uma visita do primeiro-ministro a uma escola da Covilhã. Os sindicalistas nem queriam acreditar. Falam em atitudes persecutórias e pidescas e vão apresentar várias queixas. O protesto, esse, mantém-se.

Entretanto, o Ministério da Administração Interna (MAI) abriu um inquérito para averiguar o que se passou, mas não conseguiu calar a polémica. O sindicato alega que os polícias pediram informações sobre os protestos e alertaram para uma linguagem que não fosse atentatória da integridade pessoal. A governadora civil de Castelo Branco diz que é «uma atitude normal».

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Em declarações à Lusa, Maria Alzira Serrasqueiro afirmou que «é habitual nestas situações» a PSP procurar informações sobre os locais e as ruas para onde estão previstas manifestações e que foi com esse objectivo que os polícias contactaram o sindicato». «Foi uma conversa normal», garante.

Sócrates diz que não tem medo

Questionado sobre se tem medo dos sindicatos, Sócrates garantiu que não, explicando que estas manifestações se realizam há 30 anos contra todos os primeiros-ministros, organizadas sistematicamente por «alguns sindicatos e em particular pelos sindicatos afectos ao PCP». O primeiro-ministro afirmou mesmo que «sentiria a falta» das manifestações do PCP se elas deixassem de o acompanhar.

Leia aqui as acusações de Sócrates em relação à «instrumentalização dos sindicatos para efeitos partidários».

Em entrevista ao Rádio Clube Português e PortugalDiário, no programa «Cadeira do Poder», o líder da Federação Nacional dos Sindicatos da educação (FNE), João Dias da Silva, disse que «há memória de acções destas, mas são anteriores ao 25 de Abril».

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Governo é suficientemente «inteligente» para não o fazer

«Politicamente suicidário» controlar manifestações. Foi assim que o secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães, classificou este caso. No Fórum TSF, explicou que uma opção como esta é «completamente inimaginável e completamente proibida».

«Façamos justiça ao Governo de ter inteligência política bastante para medir as consequências dos actos que pratica e ter perfeita consciência que estamos num ambiente democrático em que todos podem exprimir livremente a sua opinião», acrescentou.

À Lusa, o líder do PSD, Luís Filipe Menezes, considerou que «estamos com um problema sério de liberdades e julgo que é altura de vozes do PS, como o Dr. Mário Soares, o Dr. Jorge Sampaio ou o Dr. Vera Jardim - referências da liberdade em Portugal - se insurgirem e se indignarem contra isto, que nunca tinha acontecido em 30 anos de democracia».

«É uma situação muito grave e o PSD, se não tiver explicações cabais no Parlamento ainda esta semana, poderá vir a utilizar todos os instrumentos que existem no Estado de Direito para censurar o Governo numa matéria que é muito delicada», acrescentou.

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Também ouvido no Fórum TSF, o deputado comunista António Filipe, que considerou ter havido «atitudes pidescas» neste caso, pretende «que a Assembleia da República seja informada detalhadamente do que foi apurado e da actuação que o Governo vai fazer».

Já o deputado Nuno Magalhães, do CDS-PP, considerou que esta situação «é absolutamente inaceitável. Aliás, isto vem de um conjunto de processos que vêm decorrendo no sentido deste Governo não aceitar a crítica».

Ao PortugalDiário, o socialista Manuel Alegre considerou tratar-se de uma «coisa imprópria de um Estado de Direito». Já o deputado Vítor Baptista reconheceu que, se a versão dos sindicalistas for real, então o que aconteceu «não é normal e não é desejável». Ainda assim, lembra, habitualmente este sindicato «não respeita a lei, não comunica, hostiliza»

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