O Programa Mundial de Alimentação (PAM) denunciou hoje que um dos seus barcos, que transportava comida para a Somália, está há cerca de um mês no poder de piratas, que mantêm sequestrados doze tripulantes, informa a agência Lusa.
A porta-voz daquele programa humanitário das Nações Unidas, Christiane Berthiaume, reiterou hoje em Genebra o apelo feito por vários representantes das Nações Unidas aos sequestradores para que «ponham fim à sua acção criminosa, que tem vindo a complicar o envio de ajuda de emergência a 1,4 milhões de vítimas da seca e das inundações que afectam o Sul da Somália».
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De acordo com Berthiaume, esta situação tem levado a que várias companhias recusem fretar as suas embarcações ao PAM para os percursos com destino à Somália. Segundo a responsável, a Somália «converteu-se num dos países mais perigosos para o trabalho das organizações humanitárias».
Na altura do sequestro, a embarcação, com seis quenianos e seis cingalêses a bordo, não continha nenhuma mercadoria, uma vez que as 1.800 toneladas de alimentos já tinham sido descarregadas na Somália.
A porta-voz do PAM afirmou que «até agora os sequestradores não emitiram qualquer pedido de resgate», acrescentando que «segundo informações mais recentes e considerando as difíceis circunstâncias, as condições da tripulação são satisfatórias».
O Programa Mundial de Alimentação está a avaliar alternativas à via marítima para fazer chegar a ajuda humanitária à Somália, sendo que a opção terrestre «é complicada, porque a fronteira com a Quénia se encontra fechada», disse a porta-voz.
Mais de 2.400 toneladas de alimentos com destino às zonas afectadas daquele país permanecem bloqueadas num porto de Tanzânia.
Já em 2005 uma onda de pirataria em águas somalis tinha levado ao sequestro de quatro barcos contratados pela agência das Nações Unidas, obrigando-a a suspender os envios de comida durante várias semanas.
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