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SPORTING CAMPEÃO: os momentos de uma época dominadora

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Da vitória nos descontos na primeira jornada, da dolorosa derrota na Luz à vitória no dérbi da segunda volta que acabou as dúvidas, as etapas de uma época para a história

O Sporting é campeão nacional. O 20º título chegou no fim de uma caminhada dominadora, três anos depois da última conquista e com um leão renascido depois do quarto lugar e da época falhada em 2022/23.

É uma temporada para a história. 16 vitórias em outros tantos jogos em Alvalade, o melhor registo de sempre dos leões, e ainda é possível fazer o pleno. O recorde de pontos à vista – são 84 nesta altura, a dois da melhor marca de uma equipa do Sporting, atingida em 2015/16, uma vocação goleadora notável – 92 golos marcados a duas jornadas do fim são o melhor registo dos leões em 50 anos, desde os 96 apontados em 1973/74.

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Ao longo destas 32 jornadas, o leão foi o farol da Liga. Sempre à frente, em liderança isolada, partilhada ou mesmo suspensa, por causa do adiamento do jogo da jornada 20 em Famalicão.

Houve momentos baixos, o maior dos quais seguramente a derrota na Luz, nos minutos finais. Houve pontos arrancados a ferros, desilusões e reviravoltas. E houve grandes momentos. Como a vitória sobre o FC Porto na primeira volta e claro, o épico triunfo no dérbi da segunda volta que acabou com as dúvidas. Mas um dos aspetos que distinguiu o novo campeão nacional foi a tranquilidade com que encarou os contratempos, e também a serenidade com que foi gerindo a euforia que crescia junto dos adeptos.

Dez momentos que resumem a época do novo campeão

1. Uma montanha-russa de emoções a abrir Sporting-Vizela, 3-2, 1ª jornada

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Alvalade disse presente para o arranque da nova época, o entusiasmado renovado depois de um defeso forte. Foi com casa cheia que o leão se apresentou e tudo parecia um mar de rosas naqueles primeiros minutos. O Sporting entrou forte, o reforço Gyökeres apresentou-se com estrondo, dois golos em 15 minutos a servir de aperitivo para o que havia de vir. Mas na segunda parte Amorim mexeu na equipa, o Sporting amoleceu, o Vizela aproveitou e chegou ao empate. Tremeu-se em Alvalade, ouviram-se assobios, mas para lá dos oito minutos de descontos Paulinho apareceu a espantar os fantasmas que ameaçavam voltar. Um leão bipolar mas com estrelinha, como escreveu o Maisfutebol.

2. Os primeiros pontos perdidosSp. Braga-Sporting, 1-1, 4ª jornada

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Depois de três vitórias consecutivas a abrir a Liga, a primeira saída de grande exigência e os primeiros pontos perdidos. O jogo decidiu-se em dois grandes golos, Pote deu vantagem aos leões antes da meia hora e depois Álvaro Djaló assinou uma obra de arte, de livre direto. Na sala de imprensa, Rúben Amorim deixava um sinal de tranquilidade, destacando a exibição sólida dos leões num jogo de alto nível e lamentando sobretudo a má definição. O Sporting continuava na frente da Liga, em igualdade com FC Porto e Boavista, e ainda havia muito para jogar.

3. Alma de leões em FaroFarense-Sporting, 2-3, 7ª jornada

Mais uma entrada de leão, acentuada pela expulsão de Gonçalo Silva no penálti de Gyökeres que deu vantagem ao Sporting e consolidada no 2-0 de Pote pouco depois da meia hora, antes de dois socos desferidos por Mattheus Oliveira. O médio que o mundo conheceu bebé no festejo do pai Bebeto em pleno Mundial e que teve uma passagem discreta por Alvalade bisou de livre e o Sporting acusou a pressão. Mas a insistência acabou por compensar e o segundo penálti convertido por Gyökeres, já em cima dos 90 minutos, garantiu os três pontos. Uma vitória preciosa, daquelas que fazem a diferença, a resgatar a confiança. Mais se seguiram, a alimentar a alma sportinguista nesta caminhada. Como a reviravolta frente ao Estrela, três jornadas mais tarde, em cima do dérbi da Luz.

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4. O momento mais dolorosoBenfica-Sporting, 2-1, 11ª jornada

O dérbi prometia e cumpriu. O Sporting chegava líder e com o moral lá no alto a casa de um campeão sobre brasas, vindo de uma derrota pesada na Champions. O Benfica quis mostrar outra cara, mas o Sporting foi crescendo, com o golo de Gyökeres a fechar a primeira parte a confirmar essa sensação. O jogo mudou com a expulsão de Gonçalo Inácio no início do segundo tempo, mas ainda assim o Sporting cerrou os dentes e foi segurando a vantagem. Até aos descontos, quando o Benfica virou o dérbi. Primeiro João Neves, depois Tengstedt, dois golos a selar um dérbi para a lenda. O Sporting sofria a primeira derrota e perdia a liderança isolada. Uma das derrotas mais dolorosas de Amorim, como reconheceu o treinador do Sporting no final.

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5. Guimarães, a última derrotaVitória Guimarães-Sporting, 3-2, 13ª jornada

Foi ainda antes de virar o ano que o Sporting perdeu pela última vez para a Liga. Guimarães assistiu a um grande jogo, com alternâncias no marcador, com o leão a reagir à desvantagem e a querer mais, mas a acabar por sair derrotado. Numa 13ª jornada em que o Benfica escorregou, o Sporting não aproveitou e deixou-se apanhar pelo FC Porto, em vésperas do clássico. Mas os sinais que vinham do balneário eram de um leão com espírito para encaixar golpes como este. Desde aquele dia 9 de dezembro, não voltou a perder para o campeonato.

6. Espantar fantasmas no ClássicoSporting-FC Porto, 2-0, 14ª jornada

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Era o combate pela liderança da Liga, com o Benfica à espreita e pressão adicional sobre o Sporting, vindo da derrota em Guimarães e a carregar um histórico pesado de cinco desaires consecutivos em clássicos com o FC Porto. Gyökeres não quis saber de nada disso naquela arrancada, a sacudir a pressão de Pepe e a pressão do momento, que resultou no 1-0 logo aos 11 minutos. Com a expulsão do veterano central portista no início da segunda parte, o Sporting ficou ainda mais confortável a gerir o jogo e a vantagem, consolidada no golo de Pote a meia hora do fim. Nessa noite, saiu líder isolado da Liga e, não menos importante, ainda mais seguro de si.

7. Golos, golos e mais golosSporting-Sp. Braga, 5-0, 21ª jornada

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A partir do clássico o leão embalou para uma série de oito vitórias consecutivas, interrompida no empate em Vila do Conde à 23ª jornada. Pelo meio, vitórias expressivas como o 5-1 ao Estoril, o 5-2 em Vizela ou o triunfo por 8-0 frente ao Casa Pia, a mais dilatada para a Liga em 50 anos, alimentaram a onda verde. O adiamento do jogo da 20ª jornada com o Famalicão introduziu um fator adicional de incerteza nas contas do título, mas logo na ronda seguinte o leão respondeu com mais uma demonstração de força, transformando a receção ao Sp. Braga, com quem tinha perdido semanas antes em Leiria na meia-final da Taça da Liga, num alegre passeio. 5-0, um número que se repete nas receções do leão aos arsenalistas.

8. Geny, o título é por aíSporting-Benfica, 2-1, 28ª jornada

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Um ponto de diferença, ainda que o Sporting tivesse um jogo a menos. O dérbi, que chegava apenas quatro dias depois do empate que pôs o Sporting na final da Taça de Portugal, tinha vista para o título e seria sempre especial. Mas ninguém imaginaria este guião. Geny Catamo a vestir a capa de herói, a abrir e a fechar a história do jogo que embalou em definitivo o leão. Entre o golo inaugural do moçambicano no primeiro minuto e aquele que garantiu a vitória, já na compensação, houve muito jogo. Houve mais Benfica do que em muitos momentos da época, houve o golo de Bah a fechar a primeira parte, a desafiar a resistência do leão à adversidade. A forma como o conseguiu e como se escreveu aquela vitória acabou com as dúvidas que restavam. Eram quatro pontos de diferença, seriam sete depois de o leão quebrar outra barreira, as tradicionais dificuldades nas visitas ao Minho, com vitórias em Barcelos e Famalicão, no jogo em que finalmente acertou calendário e abriu um fosso de sete pontos na frente.

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9. Gyökeres ao resgate no Clássico FC Porto-Sporting, 2-2, 31ª jornada

A inusitada viagem de Rúben Amorim a Inglaterra no início da semana que até podia garantir o título, aliada ao momento histórico no FC Porto, no dia seguinte às eleições que acabaram com quatro décadas de presidência de Pinto da Costa, tornavam este duelo ainda mais especial, mas também mais imprevisível. A vitória do Benfica sobre o Braga, na véspera, já tinha invalidado a hipótese de o Sporting sair campeão do Dragão. Em campo, os dois treinadores mexeram e foi o FC Porto a tirar maior proveito das alterações e a chegar aos dois golos de vantagem ao intervalo. Amorim arrepiou caminho, mexeu do banco e teve, uma e outra vez mais, Gyökeres. Num minuto, o avançado sueco resgatou o Sporting da derrota, com dois golos que foram o espelho perfeito da época.

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10. A onda verde, finalmenteSporting-Portimonense, 3-0, 32ª jornada

A maior assistência da época, 49.557 a entoar aquele «O mundo sabe que», a homenagem a Manuel Fernandes e a convicção, partilhada no estádio e onde quer que houvesse um sportinguista de que estava perto, tão perto. Depois, Paulinho a lançar a festa e a assumir-se protagonista. A seguir o segundo golo, de Trincão, e por fim Gyokeres a fechar as contas, num guião perfeito. Estava feita a parte do Sporting. No dia seguinte, os jogadores juntaram-se em Alvalade de olhos em Famalicão. O Benfica precisava de ganhar para pelo menos adiar a decisão, mas perdeu. A partir daí, a onda verde que acompanhou o Sporting ao longo de toda a temporada engoliu o Marquês e abraçou cada leão espalhado pelo mundo. 

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