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Afeganistão: aumento exponencial de atentados

Estudo da ONU diz que ataques suicidas são cometidos sobretudo por jovens de meios desfavorecidos

Os atentados suicidas no Afeganistão conheceram um aumento considerável desde 2006 e são cometidos sobretudo por jovens oriundos de meios desfavorecidos, relacionados com o Paquistão, refere um estudo da ONU divulgado hoje em Cabul, noticia a Lusa.

Em 2006, houve 123 ataques deste tipo contra 103 até ao final de Agosto deste ano, enquanto se registaram apenas 17 em 2005 e apenas cinco entre 2001 e 2005, indica o relatório da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA).

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Estas acções, que se tornaram «parte integrante da estratégia dos talibãs», depostos por uma coligação de forças internacionais em finais de 2001, e de outros grupos opostos ao governo do presidente Hamid Karzai, septuplicaram entre 2005 e 2006, segundo a mesma fonte.

O seu impacto principal foi registado sobre civis, apesar de 76 por cento dos atentados visarem o exército afegão e os cerca de 50 mil militares estrangeiros presentes no país, de acordo com os autores do relatório.

Das 193 pessoas mortas por estes atentados suicidas nos seis primeiros meses de 2007, 121 eram civis. As outras vítimas são 10 militares estrangeiros e 62 soldados afegãos.

«Alguns dos suicidas são paquistaneses e outros refugiados afegãos instalados no Paquistão», nota o estudo, baseado, nomeadamente, em entrevistas com bombistas suicidas falhados, feitos prisioneiros no Afeganistão.

Os suicidas são «jovens, não educados e frequentemente recém saídos de madrassas [escolas corânicas] instaladas do outro lado da fronteira, no Paquistão», adianta o documento.

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O Paquistão sempre negou apoiar os islamitas radicais, instalados sobretudo nas zonas tribais fronteiriças com o Afeganistão e de difícil acesso.

As motivações dos combatentes parecem relacionadas com «uma série de críticas. Ocupação [pelas forças internacionais], cólera contra as baixas civis [danos colaterais] e afronta ao seu sentido de honra nacional, familiar e pessoal».

Estes atentados provocam «o medo no coração da própria população», mesmo nas regiões mais calmas, acrescenta o relatório.

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