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Padroselos: parar barragem por causa do mexilhão é «cómico»

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Investigador lembra que há milhares de espécies na zona e frisa que esta foi uma decisão «apenas» política

O investigador da Universidade de Vila Real António Crespí afirmou esta terça-feira que o chumbo na barragem de Padroselos, inserida na Cascata do Alto Tâmega, foi «apenas» uma «decisão política» para compensar o «mal conduzido» processo de avaliação ambiental.

Mexilhão trava barragem do Alto Tâmega

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«O chumbo foi uma compensação política por um processo de avaliação de impacte ambiental que foi desenvolvido muito mal desde o princípio», afirmou à agência Lusa o especialista da área do ambiente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

António Crespí disse que se trata de uma espécie «extremamente importante», principalmente porque funciona como indicador ecológico de um conjunto de inter-relações complexas» que existem naquele território.

No entanto, considerou «ridículo e até cómico» que se «reduza todo este processo a uma única espécie».

« Que seja uma espécie que acabe por determinar como deve ser feita esta obra, isto resulta no mínimo cómico. Estamos a falar de uma área que tem, em termos de fauna e flora, mais de dois milhares de espécies», salientou.

O investigador criticou a «falta de rigor» com que foi feita «toda a avaliação de impacte ambiental das barragens do Tâmega» e, por isso, diz que o Governo «teve que tomar a decisão de travar pelo menos um destes empreendimentos».

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Salientou que o Ministério do Ambiente acabou «por travar o mais óbvio». «O problema é que o processo continua mal. O estudo foi mal feito. Padroselos é uma forma de lavar a cara a todo um processo que, desde o princípio, foi extremamente mal conduzido», sublinhou.

Para o professor, a solução «ideal» para o Alto Tâmega não passa por chumbar todas as barragens, até porque diz que a região está deprimida, económica e socialmente, e é uma área que não tem desenvolvimento económico e industrial.

«Temos que ser sensatos e temos que intervir nesta área para criar planos de desenvolvimento sustentáveis. Só que as barragens como estão projectadas não vão gerar desenvolvimento sustentável de forma nenhuma», frisou. O ideal seria, defendeu, «fazer o processo bem feito».

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