O acelerador gigante de partículas LCH do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) vai estar parado durante dois meses, anunciou, este sábado, um porta-voz do CERN, noticia a agência AFP.
«Houve um incidente durante um teste. Um elemento da máquina tem de ser reparado», declarou o porta-voz James Gillies.
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Segundo um comunicado do CERN divulgado, este sábado, o problema deriva de uma importante fuga de hélio ocorrida no túnel na sexta-feira. As primeiras investigações indicam que esta fuga pode ter sido provocada por um problema de conexão eléctrica. Este incidente, precisou o CERN, não terá qualquer consequência na segurança do pessoal.
O Grande Acelerador de Hadrões (LCH na sigla inglesa), o maior instrumento de física do mundo, foi parado pela primeira vez alguns dias depois de ter entrado em funcionamento a 10 de Setembro devido a um problema eléctrico que afectou o sistema de refrigeração do circuito. O LCH entrou em funcionamento na última sexta-feira antes de voltar a ser parado este sábado.
O LCH, um projecto faraónico que juntou milhares de cientistas do mundo durante 20 anos, procura simular os primeiros milésimos de segundo do Universo, há cerca de 13,7 mil milhões de anos atrás, e é considerado a experiência científica do século.
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«máquina que pode destruir o mundo» já está a funcionar
No entanto, só daqui a alguns meses, quando se comprovar a evolução do funcionamento, é que haverá colisões de partículas e estarão criadas as condições para o estudo de novos fenómenos, através da recriação das condições que se produziram instantes depois do Big Bang.
O objectivo final desta grande experiência é poder dar resposta a muitas perguntas sobre a origem do Universo, entender por que a matéria é muito mais abundante no Universo do que a anti-matéria, e chegar a descobertas que «mudarão profundamente a nossa visão do Universo», segundo o director do CERN, Robert Aymar.
Uma das aspirações dos cientistas é encontrar o hipotético bosão de Higgs, uma partícula que nunca foi detectada com os aceleradores existentes, muito menos potentes que o LHC.
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