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Portugueses fazem descoberta importante sobre a tuberculose

Equipa da Universidade de Coimbra descobriu a função de “um gene essencial da bactéria responsável pela tuberculose”

O estudo, já publicado na revista , esclarece que, “por ser essencial, esta enzima é um alvo terapêutico potencial”, sublinha Nuno Empadinhas.

Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Nuno Empadinhas, descobriu a função de “um gene essencial da bactéria responsável pela tuberculose”, foi anunciado esta segunda-feira.

Os cientistas conseguiram desvendar, “pela primeira vez, a função de uma enzima envolvida na produção de um tipo de redes em forma de espiral, que participam no transporte interno de ‘blocos’ para construção da parede robusta destas bactérias (as micobactérias), a principal ‘linha de defesa’ contra o ataque do sistema imunitário e uma barreira eficaz contra antibióticos convencionais”, afirma a UC numa nota hoje divulgada.

“A enzima incorpora uma ‘âncora’ estabilizadora naquelas redes transportadoras”, acrescenta a UC.

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Scientific Reports

A compreensão da função da enzima na “construção daquelas redes vitais exclusivas das micobactérias permitirá criar compostos para a bloquear seletivamente e o transporte dos ‘tijolos’, impedindo a formação da parede, sem a qual não sobreviverão”, sustenta o investigador, considerando que “esses compostos poderão ser antibióticos muito específicos contra a tuberculose”.

A descoberta surge num momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça o alerta para “uma iminente co-pandemia tuberculose-diabetes, consequência do aumento global na incidência de diabetes, doença crónica que enfraquece o sistema imunitário e facilita a infeção”, realça a UC.

Nuno Empadinhas relembra “lições da pandemia HIV-SIDA, que, ao ‘desligar’ o sistema imunitário dos pacientes, potenciou um novo alastramento de tuberculose, que em muitos casos acumulou novas resistências aos antibióticos em uso há décadas”.

O envelhecimento da população constitui “outro fator de risco preocupante”, adverte o investigador do CNC.

O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela fundação japonesa Mizutani Foundation for Glycoscience, teve como primeira autora a investigadora do CNC Ana Maranha e contou com a colaboração de investigadores dos institutos de Tecnologia Química e Biológica, em Oeiras, e de Biologia Molecular e Celular, no Porto, e da Universidade de Guelph (Canadá).

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