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Microsoft lança smartphone low cost para África

Batria do aparelho pode ser retirada e carregada autonomamente, porque muitas casas neste mercado não têm luz

A Microsoft lança esta terça-feira um smartphone em sete mercados africanos, incluindo o angolano, que custa cerca de 300 euros menos do que na Europa e com baterias que se podem retirar do aparelho para carregar.

Em entrevista telefónica à agência Lusa, o moçambicano Fernando de Sousa, diretor geral da Microsoft para África, explica que o aparelho Huawei 4Afrika, desenhado em conjunto pela multinacional de tecnologia e informática e pela empresa de telecomunicações chinesa Huawei, pretende responder às necessidades específicas dos consumidores africanos.

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Até 2016, a Microsoft quer pôr o smartphone, uma «versão africana» do Windows Phone 8, nas mãos de dezenas de milhões de jovens de Angola, Nigéria, Costa do Marfim, Quénia, África do Sul, Marrocos e Egipto.

O aparelho deverá ter um custo de mercado de 150 dólares (110 euros), cerca de 400 dólares (293 euros) abaixo do preço praticado na Europa.

Atualmente, existem 620 milhões de telefones móveis no mercado africano, mas menos de 10% deles são smartphones, refere Fernando de Sousa.

«A nossa intenção é criar uma oportunidade para o consumo em África [que permita] usar um smartphone por um preço que é relativamente razoável», frisa.

Os africanos são consumidores «muito diferentes» dos europeus ou dos americanos, fazendo um uso do telemóvel baseado «no que podem pagar» e geralmente alternando entre «dois, três ou quatro» cartões com funções distintas, consoante o que podem poupar.

Também para responder às necessidades, as baterias do Hawei 4Afrika «podem ser tiradas fora para serem carregadas noutro sítio, porque há muitas casas que não têm eletricidade».

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Mas o smartphone é apenas um dos elementos de uma iniciativa global da Microsoft para África, anunciada esta terça-feira como pretendendo apoiar o desenvolvimento económico e a competitividade no continente.

A «4Afrika Initiative» não é um produto, mas «um investimento em África», nomeadamente nas competências locais, já que «as economias estão a crescer e a desenvolver-se extremamente rápido, mas não há empregos suficientes para a população africana», destaca Fernando de Sousa.

Até 2016, a Microsoft pretende capacitar 200 mil pessoas, 100 mil já empregadas em pequenas e médias empresas africanas, parceiras da Microsoft, e outras 100 mil recém-licenciadas e que precisarão de trabalho.

O diretor geral da Microsoft para África justifica a «4Afrika Initiative» com o «incrível desenvolvimento do consumo de tecnologia e inovação» no continente. «É incrível observar quanto a população realmente adota tudo o que [está] relacionado com tecnologia», diz.

África é, «sem dúvida nenhuma», um mercado por explorar e a empresa acredita que «ganhará muito» com o investimento, realça Fernando de Sousa, a trabalhar para a Microsoft desde 1992.

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«O que queremos é que a economia local cresça e se desenvolva, porque dá-nos a oportunidade depois de participar nessa economia e ganhar espaço (¿) para vender os nossos produtos», explica, sublinhando que África «continua a ser um mercado extremamente importante» para a Microsoft.

A viver em Joanesburgo (África do Sul), mas nascido em Maputo, Fernando de Sousa justifica a inclusão de Angola no lote de sete países por ser um mercado «muito interessante», com uma combinação entre petróleo, diamantes e minas, que exige um «nível de sofisticação bastante alto em relação à tecnologia e à informática».

A Microsoft acredita poder dar «mais valor àquelas indústrias» e «criar mais empregos para a população local», ainda, «infelizmente», com níveis de pobreza «altos».

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