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Surdez: os perigos do MP3

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Especialista defende que aparelhos deviam ser vendidos com bula contendo advertências sobre perigos

O presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia defendeu esta terça-feira que os aparelhos de música tipo MP3 sejam vendidos com uma bula, como as dos medicamentos, advertindo para os riscos de perda de audição, escreve a Lusa.

O conselho de João Marta Pimentel surge a propósito da conferência patrocinada pela Comissão Europeia sobre a saúde dos utilizadores de leitores MP3, que decorre hoje em Bruxelas, e onde serão analisados os resultados de um relatório sobre a escuta prolongada.

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De acordo com o presidente da Sociedade, os jovens «não estão informados sobre os riscos» de ouvir música num nível sonoro muito elevado e durante um tempo prolongado.

«Há cada vez mais casos de problemas de audição em jovens, o que está a causar preocupação na classe médica», disse, lamentando a inexistência de dados sobre a situação.

João Marta Pimentel advertiu que a perda de audição nestes casos é irreversível, explicando que o problema se dá ao nível do ouvido interno e das células nervosas.

Auscultadores externos são um mal menor

O médico condenou sobretudo a utilização do tipo de auscultadores que encaixam no ouvido, fazendo «oclusão do canal auditivo», permitindo apenas a audição proveniente do aparelho.

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Para o presidente da Sociedade, os auscultadores externos são um mal menor porque permitem a entrada de som ambiente.

Dado o problema de saúde e as suas consequências irreversíveis, o médico considera «muito importante» que a Comissão Europeia discuta o problema.

Como sugestão, João Marta Pimentel defende a existência de uma bula a acompanhar os aparelhos, como as folhas com informações sobre os medicamentos que integram as caixas dos remédios.

Nessa bula deverão constar «os efeitos adversos da utilização do aparelho», explica.

O médico disse ainda que seria importante que os fabricantes destes aparelhos limitassem o volume das máquinas, não permitindo que fossem além dos 100 decibéis.

Pessoas mais susceptíveis que outras

Segundo explicou, a audição a partir dos 85 decibéis «já pode provocar lesões», lembrando contudo que há pessoas mais susceptíveis do que outras.

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia contou que o primeiro sintoma a valorizar nos jovens é quando se queixam de não perceberem o que ouvem.

Em Outubro passado, um parecer emitido pelo «Comité Científico dos Riscos para a Saúde Emergentes e Recentemente Identificados», a pedido da Comissão Europeia, revelou que 05 a 10 por cento dos utilizadores de aparelhos MP3 poderão perder a audição se o fizerem durante mais de uma hora por dia, todas as semanas, com o volume elevado, durante pelo menos 05 anos.

Segundo os cientistas que elaboraram o parecer «há motivo de preocupação». Bruxelas anunciou na altura que iria «analisar» com os Estados-membros e as partes interessadas as medidas que podem ser adoptadas para melhor proteger as crianças e os adolescentes da exposição ao ruído dos leitores de música pessoais e de outros aparelhos semelhantes.

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