O calor sempre foi uma preocupação, mas a subida das temperaturas pode vir a ser "um monstro ainda maior", avisam os cientistas, numa altura em que o mundo está cada vez mais quente.
O próprio combate à Covid-19 despertou a comunidade científica para o que significa, de facto, viver e trabalhar sob muito calor, uma vez que os equipamentos de proteção individual (EPI), usados durante horas, expõem, por exemplo, os profissionais de saúde a temperaturas corporais elevadas, que podem, inclusive, afetar o discernimento, como explicou um médico à BBC.
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É algo que, realmente, nos atinge e que se torna desconfortável depois de um turno de oito horas. Afeta o moral. Ficamos mais irritados e pouco pacientes", descreveu Jimmy Lee, médico nas urgências de um hospital de Singapura, onde o ar condicionado está desligado para evitar a propagação do coronavírus.
O pior é, no meio de tanto desconforto, ignorarem os sinais de exaustão por calor, como tonturas e náuseas, sublinhou o clínico.
Sintomas que temos tendência para desvalorizar, ou associar a qualquer outra doença, mas que nos devem manter alerta, porque podem estar relacionados com o calor. Ou seja: tonturas, fraqueza, fadiga, dor de cabeça, visão embaçada, dores musculares, náuseas e vómitos.
Numa semana marcada por altas temperaturas em Portugal, faz, por isso, sentido recordar as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para enfrentar o calor:
Na opinião de outro especialista, os equipamentos de proteção individual são "quase como um ensaio completo" para o que será viver com muito calor.
As alterações climáticas serão um monstro ainda maior do que se pensava e nós temos de, verdadeiramente, coordenar esforços a nível mundial para nos prepararmos para o que aí vem. Caso contrário, teremos um preço a pagar", afirmou Jason Lee, professor universitário em Singapura e líder de um grupo de especialistas sobre os perigos do calor excessivo, sob a alçada da Organização Mundial da Saúde.
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