Os momentos que marcaram a «Revolução dos Cravos» vão ser recordados e recontados minuto a minuto na Internet dia 25 num microblog da rede social Twitter, disse esta quarta-feira à agência Lusa o mentor da iniciativa.
«E se o MFA [Movimento das Forças Armadas] tivesse uma conta no Twitter, como é que eles relatavam o 25 de Abril?», disse à Lusa Paulo Jacob, técnico de informática português radicado na Irlanda há cinco anos, recordando a conversa que levou à ideia de reconstituir os passos da revolução no Twitter.
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Cronologia da revolução
Da conversa com José Felício, professor do primeiro ciclo licenciado em Filosofia e também «apaixonado pelas novas tecnologias«, os dois amigos naturais do Porto decidiram recorrer ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra para reconstituir, com o máximo rigor, a cronologia da revolução.
«Conseguimos uma "timeline" [linha de tempo] bastante interessante. Com um pequeno programa que estou a fazer, vamos tentar que o Twitter envie mensagens a determinadas horas, correspondentes aos principais momentos do 25 de Abril», explicou Paulo Jacob.
Ao longo de cerca de 24 horas, serão publicados dezenas de «twitts» (mensagens do Twitter), assinalando a hora e minuto que aconteceu cada evento.
«Vamos publicar também "links" [hiperligações] para o arquivo de som da Universidade de Coimbra, para a leitura de comunicados, para fotografias e para outros documentos», disse.
O primeiro twitt
O primeiro «twitt» será publicado em http://twitter.com/25Abril1974 às 22:00 de 24 de Abril, estando previsto que uma das mensagens iniciais será uma ligação à gravação do momento em que a Emissora Nacional transmitiu a canção de Paulo de Carvalho «E Depois do Adeus», o sinal combinado pelos capitães do MFA para iniciar a revolução.
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«Grândola, Vila Morena» será outras das canções a ouvir nesta reconstituição.
«No dia 26, a minha ideia é colocar o código fonte do programa e toda a cronologia» no blog http://250474.blogspot.com/, afirmou Paulo Jacob, acrescentando que «a máquina estará ligada para repetir tudo em 2010».
Para os dois amigos, ambos na casa dos 40 anos, esta iniciativa é «uma forma diferente de comemorar o 25 de Abril», contando como foi a revolução através de uma ferramenta muito utilizada pelas gerações mais novas que nasceram depois do derrube da ditadura.
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