Depois de lhe terem sido fechadas várias contas no Twitter no último ano, o grupo jihadista autodenominado “Estado Islâmico" passou a distribuir a propaganda por meio de uma nova plataforma: a aplicação de mensagens criptografadas Telegram.
“É a nova moda entre os jihadistas”, diz Laith Alkhouri, diretor de pesquisa da empresa Flashpoint Global Partners, à estação de televisão norte-americana CNN.
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Com duas camadas de criptografia, o Telegram é mais rápido e mais seguro do que o concorrente WhatsApp, que é propriedade do Facebook.
Em setembro, o Telegram lançou uma nova função que permite criar um canal de informações e distribuí-las para um número ilimitado de seguidores, recurso que se provou bastante útil para os membros do Estado Islâmico.
Pelo Telegram, os militantes não só divulgam as próprias ideias, mas também têm conversas secretas, angariam fundos, negoceiam resgates de reféns e planeiam ataques.
“Você pode escolher se quer doar o seu dinheiro para uma AK-47", exemplifica Laith Alkhouri.
Este chat secreto é capaz de impedir que a conversa seja salva no backup da aplicação, evitando que outras pessoas a vejam. Ao contrário do Facebook Messenger, o chat do Telegram garante privacidade e evita invasões ou roubos de dados.
“A criptografia é uma das muitas maneiras que um adversário quer seja um criminoso, um terrorista, uma nação, pode utilizar para esconder as suas atividades", explica à CNN Chris Inglis, ex-vice-diretor da NSA.
"Eu vi dezenas de vezes – provavelmente, mais do que isso - em toda a minha carreira que, na verdade, isso [criptografia] era um obstáculo para nós”, acrescentou.
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