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Paragem longa de acelerador de partículas deve-se a temperaturas baixas

É necessário que a secção do LHC afectada aqueça para que os técnicos a possam reparar

A paragem até à Primavera do acelerador de partículas mais potente do mundo, provocado por uma fuga de hélio, deve-se à temperatura extrema do seu funcionamento, disse esta quinta-feira à Lusa uma cientista portuguesa envolvida no projecto, noticia a Lusa.

Segundo o director do CERN (Laboratório Europeu de Física de Partículas), as primeiras investigações indicam que a fuga de hélio detectada no Grande Acelerador de Hadrões (LHC) foi causada por uma avaria numa ligação eléctrica entre dois magnetes do acelerador.

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Para Ana Henriques, especialista em física de altas energias, o problema exigirá uma demorada operação de aquecimento até à temperatura ambiente do segmento do LHC onde a avaria ocorreu, para que os técnicos a possam analisar e reparar.

«Os dois magnetes em causa estão envolvidos em criostatos gigantescos, que funcionam como uma espécie de termos e que terão de ser aquecidos para se ter acesso ao seu interior», explicou.

«Depois de resolvido o problema, serão necessárias cinco semanas para voltar a arrefecer o segmento do anel até dois graus Kelvin (-271C), que é a sua temperatura de funcionamento», acrescentou.

Acontece que todo o CERN terá de ser encerrado em Novembro e até à Primavera, devido ao elevado custo da electricidade, pelo que o LHC só então poderá voltar a ser activado.

«Máquina extremamente complexa»

«É uma máquina extremamente complexa que está na sua fase inicial de optimização e que é o seu próprio protótipo», salientou Ana Henriques, responsável pela calibração de um detector fundamental para analisar os dados das colisões de partículas em pontos determinados do acelerador.

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Além disso, acrescentou, «não devemos esquecer que os primeiros meses de funcionamento são de certificação da própria máquina».

O LCH, que começou a funcionar a 10 de Setembro mas foi parado quatro dias depois devido à avaria, tem por objectivo simular os primeiros milésimos de segundo do Universo, há cerca de 13,7 mil milhões de anos atrás, o que é considerada a experiência científica do século.

Trata-se de um túnel de 27 quilómetros em forma de anel construído a uma profundidade de 100 metros, perto de Genebra, na Suíça, no interior do qual se produzirão colisões de protões numa velocidade próxima da luz.

A sua construção prolongou-se por mais de doze anos, ao custo de 3,76 mil milhões de euros, mobilizou milhares de físicos e engenheiros do mundo inteiro.

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