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Nasceu o primeiro laboratório para criar órgãos bioartificiais

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Espaço foi inaugurado esta terça-feira em Madrid, Espanha

Espanha inaugurou esta terça-feira, em Madrid, o primeiro laboratório do mundo para a criação de órgãos bioartificiais com células mãe adultas, com que se pretende, entre cinco a dez anos, «ressuscitar» um coração e implantá-lo num ser humano, escreve a Lusa.

Neste laboratório, localizado no hospital madrileno Gregorio Marañón, haverá um banco de órgãos destinados a criar novos órgãos, como corações, fígados, rins e pele, que serão implantados com células mãe do próprio doente recetor, explicou o chefe do serviço de cardiologia do hospital, Francisco Fernández-Avilés.

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A iniciativa faz parte do projeto SABIO (Scaffolds and Bioartificial Organs for Transplantation, na sigla em inglês), em que intervém o hospital Gregorio Marañón, o Ministério da Ciência e Inovação espanhol, a Universidade do Minnesota (Estados Unidos) e a Organização de Transplantes espanhola, que fornecerá os órgãos não aproveitáveis para transplantes (40 por cento do total de doações), que servirão de matriz.

Pelo facto de estes órgãos bioartificiais serem criados à medida, ou seja com células do paciente receptor, os médicos esperam que os doentes não rejeitem o órgão colocado no seu corpo e que não o reconheçam como estranho.

De acordo com Fernández-Avilés, este sistema permitirá resolver um «importante problema sanitário», como é a escassez de órgãos dados para transplantes, e significará um grande avanço para que os doentes que recebem os transplantes aceitem os novos órgãos e se curem.

O procedimento de criação de órgãos novos consiste na eliminação de todo o seu conteúdo celular, o que permite obter uma matriz tridimensional. Posteriormente, espalham-se as células mãe adultas na matriz, que induz e guia a proliferação, a distribuição e a especialização destas, fazendo com que o órgão volte a funcionar.

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Todas as células provêm da unidade de produção celular do hospital Gregorio Marañon, o primeiro em Espanha a conseguir a acreditação para as produzir a partir de matéria gorda ou de medula óssea, por parte da Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários.

Este processo já funcionou em animais pequenos, explicou a diretora do Centro de Reparação Cardíaca da Universidade do Minnesota, Doris Taylor, que conseguiu eliminar todas as células do coração de um rato morto e repovoá-lo de células mãe adultas, obtendo um novo órgão com todas as suas estruturas e capaz de gerar uma palpitação cardíaca eficaz.

Os cardiologistas que trabalham neste processo conseguiram eliminar as células e o tecido de oito corações, utilizando substâncias «purificadoras» que se administram através das artérias coronárias e convertem o órgão original numa matriz sem células.

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