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Mulheres portuguesas sonham ser astronautas

Agência espacial europeia vai passar a recrutar pessoas no nosso país

O sonho de ser astronauta está, a partir desta quinta-feira, mais próximo da realidade para os cidadãos portugueses, para quem o planeta Terra já é demasiado pequeno.

Cerca de 50 pessoas encheram o auditório do Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, onde decorreu uma sessão de informação, que precede a primeira selecção de astronautas e pilotos em Portugal. A iniciativa foi desenvolvida pela Ciência Viva em colaboração com a European Space Agency (ESA).

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O Portugal Diário acompanhou os aspirantes lusos a astronautas, vindos de vários pontos do país. A curiosidade e o desejo em explorar novas áreas eram características comuns em todos os candidatos. Rute Fonseca, de 23 anos, foi uma das muitas candidatas femininas presentes. «É um sonho que tenho. Gostava de trabalhar na ESA e poder fazer explorações, pois uma área muito importante», referia a estudante de Astronomia.

A selecção de astronautas é um processo rigoroso, que consiste em vários testes médicos e psicológicos. Falar russo e inglês é uma mais-valia, enquanto que a idade preferencial vai desde os 27 aos 37 anos. Uma condição que não desanima Inês Pereira, de 21 anos, a frequentar um mestrado em Medicina. «Tenho muito interesse pelo espaço, pela área da investigação. Ir ao espaço é um sonho para mim», disse.

Processo de Selecção

Horst Schaarschmidt, responsável pela divisão de astronautas do Centro Europeu de Astronautas (EAC), explicou ao pormenor o processo de selecção de candidatos a astronauta, que irá decorrer em Portugal entre os dias 19 de Maio e o dia 15 de Junho.

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«Estou feliz por ver tantos jovens na audiência, tantos candidatos. Hoje é a primeira vez que Portugal participa no processo», referiu Schaarschmidt. O responsável sustentou que a ESA não procura «super-homens nem super-mulheres, mas pessoas que possam fazer vários papéis e tenham diversas aptidões».

O processo de selecção consiste, numa primeira fase, na inscrição online no site da ESA, onde deverá ser entregue um exame médico detalhado. Segue-se uma avaliação psicológica que irá testar a personalidade e as aptidões básicas dos candidatos.

Quem chegar à terceira fase será sujeito a nova avaliação médica, que verificará ao mais ínfimo pormenor a saúde do aspirante e a última fase consiste numa entrevista profissional.

Schaarschimdt destacou ainda o facto destes testes rigorosos não serem uma perda de tempo para os candidatos que não sejam seleccionados. «Era excelente que todas as pessoas fizessem estes testes, porque fica-se a saber mais sobre nós próprios», acrescentou.

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Portugal e o Espaço

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e Luís Magalhães, actual funcionário do Ministério e ex-presidente da Ciência Viva, representaram o governo. «Portugal entrou na ESA no ano 2000 mas esta é a primeira vez que é possível a portugueses candidatarem-se a astronautas. Desejo que haja portugueses seleccionados e que isso sirva de incentivo a outros futuros candidatos», sustentou.

«É um trabalho de sonho»

Presente na sessão informativa esteve ainda Ernst Messerschimd, astronauta do Corpo Europeu de Astronautas. «Queria ver as estrelas, sem ser da Terra, e isso consegui. É um trabalho de sonho, mas vive-se na incerteza, porque não sabes como será a tua vida», disse Messerschimd.

O astronauta deixou ainda um conselho a todos os candidatos que o ouviram atentamente: «Treinem o inglês, o russo e talvez o chinês, vai ser uma mais-valia».

A profissão de astronauta não está só aberta a físicos e pilotos. Um engenheiro civil dá sempre algum jeito.

Diogo Almeida, de 31 anos, faltou ao seu trabalho na construção e esteve presente no evento, onde procurou saber se a sua «excessiva» altura não será um entrave. Antes da sessão receava «estar cheio de dúvidas», mas, questionado no final da iniciativa, a resposta foi imediata: «Vou-me candidatar».

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