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Um quarto dos doentes com doenças isquémicas morre ou é reinternado em seis meses

Estudo da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) publicado esta quarta no Jornal Europeu de Cardiologia Preventiva

Cerca de um quarto dos doentes com doenças isquémicas cardíacas crónicas morre ou é hospitalizado nos seis meses seguintes, segundo um estudo da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC) publicado esta quarta no Jornal Europeu de Cardiologia Preventiva.

A doença da artéria coronária é a principal causa de morte em todo o mundo, mas alguns doentes parecem perder-se no sistema após a sua ida inicial ao hospital ou clínica”, afirmou o professor de cardiologia Michel Komajda, da Universidade Pierre e Marie Curie e do Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris.

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O registo piloto da doença cardiovascular isquémica crónica foi criado para apurar o que aconteceu a estes doentes nos seis meses seguintes a serem vistos por um profissional de saúde.

O estudo observacional foi conduzido como parte do Programa de Pesquisa EURObservational, da SEC.

A investigação envolveu 2.420 doentes de 100 hospitais e clínicas ambulatórias de dez países europeus.

Os participantes tiveram doença coronária estável ou doença arterial periférica, as situações observadas com mais frequência pelos cardiologistas.

Os fatores de risco e os tratamentos foram registados no início do estudo e foram previamente reportados. Os tratamentos e os resultados foram registados aos seis meses.

Foi possível acompanhar 2.203 doentes, dos quais 522 (24%) morreram ou foram novamente hospitalizados nos seis meses seguintes ao episódio inicial.

Os fatores associados de forma mais significativa ao risco de morte ou reinternamento foram a idade avançada, historial de revascularização periférica, doença renal crónica e doença pulmonar obstrutiva crónica.

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A maioria das causas de morte e de reinternamento foi cardiovascular.

Segundo Michel Komajda, “estes doentes correm um elevado risco de morrerem ou serem reinternados num curto espaço de tempo e devem ser devidamente monitorizados por médicos”.

Identificámos fatores clínicos que estão fortemente associados a este elevado risco e que pode ser facilmente avaliado”, adiantou.

A taxa de prescrição de inibidores da enzima conversora de angiotensina, beta-bloqueadores (ambos os medicamentos reduzem a pressão arterial) e de aspirina foi menor aos seis meses do que no início do estudo.

Para o cardiologista, o estudo demonstra que os doentes têm mais hipóteses de receberem a medicação indicada durante o tempo em que estão hospitalizados ou logo após uma consulta de ambulatório. Seis meses depois, os medicamentos que estes doentes deviam tomar para reduzir o risco de morte e de reinternamento é menos frequente.

“É provável que exista um insuficiente encaminhamento destes doentes para um cardiologista e, logo, as prescrições não são renovadas”, adiantou.

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