A Huawei anunciou hoje que as vendas no primeiro semestre do ano registaram um aumento homólogo de 23,2%, para o equivalente a 52.333 milhões de euros, apesar da ofensiva de Washington para boicotar a gigante chinesa das telecomunicações.
Nos primeiros seis meses de 2019, a Huawei vendeu 118 milhões unidades de diferentes produtos, incluindo uma subida homóloga de 24% nas vendas de telemóveis.
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Trata-se de um ritmo de crescimento superior ao registado na totalidade de 2018, de 19,5%.
O presidente da Huawei, Liang Hua, admitiu, no entanto, que as vendas sofreram "algum impacto" desde que Washington impôs restrições à empresa, mas não avançou mais detalhes.
Os Estados Unidos acusam a maior fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicação e Internet de cooperarem com os serviços secretos chineses.
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5G: Huawei exige “competição saudável” para desenvolvimento de tecnologia na UEA tecnológica chinesa Huawei exigiu hoje uma “competição saudável” no desenvolvimento das redes móveis de quinta geração (5G) na União Europa, numa altura em que os Estados-membros decidem se permitem o acesso da empresa aos seus mercados.
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O 5G é provavelmente a melhor coisa que pode acontecer na Europa nos próximos dois anos. Precisamos de uma competição saudável para trazer benefícios reais às pessoas e à sociedade em geral”, afirmou hoje o responsável da Huawei para as instituições europeias e vice-presidente da empresa para a Europa, Abraham Liu.
Falando aos jornalistas no centro de cibersegurança da empresa, em Bruxelas, após a empresa apresentar na China os resultados financeiros do primeiro semestre, Abraham Liu notou que a União Europeia (UE) está “a tomar, legitimamente, as suas próprias decisões sobre o 5G”, numa alusão à possibilidade dada pela Comissão Europeia aos Estados-membros de poderem eliminar dos seus mercados empresas por razões de segurança, aquando da implementação desta tecnologia.
A Europa está a definir altos parâmetros [na área da cibersegurança], mas não importa o quão altos são esses parâmetros, a Huawei está confiante que os vai alcançar”, acrescentou o responsável, vincando que “toda a indústria deve trabalhar em conjunto e fazer o mesmo”.
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Abraham Liu disse ser “com agrado” que a Huawei vê a “caixa de ferramentas sobre segurança na tecnologia 5G” que está a ser criada pelos Estados-membros.
Assumida como uma prioridade desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em março deste ano, a fazer recomendações de atuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados.
Bruxelas pediu, ainda, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até ao mês passado, seguindo-se agora uma avaliação geral em toda a UE para, até final do ano, se encontrarem medidas comuns de mitigação das ameaças.
A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.
O desenvolvimento desta tecnologia tem, contudo, sido marcado por acusações de espionagem nas redes 5G que a administração norte-americana tem feito à empresa chinesa.
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Washington, que proibiu já a Huawei de participar na implantação do 5G em solo norte-americano, está também a pressionar os aliados a tomarem medidas semelhantes, incluindo Portugal, que desvalorizou as pressões.
Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos e restringiram a participação da Huawei.
Em maio passado, a Casa Branca colocou a firma numa lista de entidades do Departamento de Comércio, após as negociações falharem em maio, o que implica que as empresas norte-americanas tenham de solicitar licença para vender tecnologia à empresa.
O veto foi parcialmente suspenso, após Pequim e Washington acordarem um período de tréguas na guerra comercial que travam há um ano.
Liang disse que a Huawei evitou interrupções na produção e vendas, mas ressalvou que continua a ter "dificuldades pela frente", no segundo semestre do ano.
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