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Vender órgãos para pagar dívidas

Britânicos vendem rins, fígados e até córneas. Mercado negro é cada vez mais alimentado por pessoas de países desenvolvidos que têm dinheiro para pagar. Em Portugal não se vendem órgãos, mas há quem vá comprar ao estrangeiro

Muitos britânicos decidiram vender órgãos inteiros ou partes para pagar dívidas ou começar um negócio, noticia o jornal The Sun. Na Grã-Bretanha, como no resto da Europa, a venda de órgãos humanos é proibida, por isso estes negócios realizam-se no mercado-negro, que floresce devido à falta de dadores oficiais. Em Portugal não há venda de órgãos, garante Sociedade Portuguesa de Transplantação, mas há portugueses que vão ao estrangeiro comprar.

O The Sun falou com um empregado de mesa paquistanês, de 24 anos, que anunciou na internet que queria vender «um rim, parte do fígado e, três meses depois, uma córnea» para poder comprar uma casa para a família no Paquistão e começar um negócio.

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O anúncio dizia: «Rim à venda. Homem, sangue tipo O, boa saúde. O comprador deve pagar as despesas para a viagem, o transplante e os custos médicos, além do rim. O contrato deve estar escrito em inglês. Custo total: 90 mil libras esterlinas, mais 10 mil para as despesas médicas e viagens».

O jornalista do The Sun fingiu ser um empresário interessado em comprar os órgãos. «Estou pronto para fechar o negócio hoje, os três órgãos por 150 mil euros», disse-lhe o paquistanês, depois de marcar um encontro num hotel londrino.

No fim da negociação foram estabelecidos os preços dos órgãos: 30 mil euros por uma córnea, o mesmo valor por um pedaço de fígado e 75 mil pelo rim, explica o jornal.

Segundo o The Sun, muitos vendedores de órgãos que estão no site provêm de países pobres, como Filipinas, Togo ou Bangladesh, mas cada vez mais há pessoas de países como Grã-Bretanha, Estados Unidos, Austrália e França, dispostos a vender órgãos.

Os motivos são vários: desde pessoas fortemente endividadas, até as que querem pagar a universidade dos filhos. Este é o caso de uma norte-americana, do Illinois: «Preciso manter meus filhos na universidade, mas está acima de minhas posses. Estou disposta a doar qualquer coisa», escreveu.

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Há portugueses a comprar órgãos

A venda de órgãos humanos ainda não chegou a Portugal, até porque «a lei actual só permite transplantes de órgãos de familiares até ao terceiro grau», disse ao PortugalDiário António Morais Sarmento, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT).

Com a nova legislação, que deverá ser aprovada em breve, e que segundo o médico, é mais «liberal», já poderá haver «esse risco».

Mesmo assim, há portugueses que se deslocam ao estrangeiro para comprar e transplantar órgãos. O presidente da SPT diz que já ouviu histórias de pessoas que foram buscar os órgãos a igrejas de outros países e que estes lhes foram entregues durante a missa.

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