O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) revelou esta terça-feira que foi reforçada a segurança pessoal de todas as entidades actualmente envolvidas na investigação dos processo do «Apito Dourado».
«Há reforço da segurança», afirmou António Cluny, sublinhando que os alertas que o sindicato lançou acerca da segurança dos magistrados do processo «Apito Dourado» teve eco entre as entidades, refere a Lusa.
PUB
O SMMP criticou há cerca de dois meses o alegado silêncio do Governo em relação a denúncias sobre alegadas devassas da vida privada e perseguições a magistrados do processo «Apito Dourado» e solidarizou-se com os magistrados e agentes da autoridade vítimas de agressões e pressões.
O presidente do SMMP falava à margem da apresentação do VII Congresso do Ministério Público (SMMP), que terá lugar entre 01 e 03 de Fevereiro no Algarve, com o tema «A Responsabilidade Comunitária da Justiça - O Papel do Ministério Público».
O tema da corrupção vai ser um dos mais importantes do congresso, durante o qual vai ser lançado um livro sobre o assunto, com prefácio de João Cravinho e Cândida Almeida.
António Cluny informou que vão estar presentes os procuradores de Espanha, do Estado de S. Paulo, no Brasil, e magistrados de toda a Europa.
O presidente do SMMP disse hoje que o que falta «fundamentalmente» em Portugal é «uma cultura de valores e de cultura do bem comum».
PUB
«Quando falecem esses valores, falecem as políticas que lhes dão expressão», afirmou António Cluny, lamentado que as «preocupações» actuais sejam «a competitividade económica e tudo o que tem a ver com o lucro».
Não se mostrando muito expectante com os resultados em termos jurídicos e com as reformas do Governo nesta área, Cluny defendeu a necessidade de «resultados sistemáticos e organizados de estruturas sãs que tenham uma capacidade de resposta bem pensada».
«Francamente não sei sequer qual é o caminho do Governo», disse.
PUB