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Energias renováveis: «Temos margem de manobra»

Quercus confiante em metas ambiciosas da cimeira da UE

A Quercus considera que Portugal tem capacidade para cumprir as metas, em matéria energética e climática, que saírem da cimeira da UE, que se realiza hoje e amanhã em Bruxelas. Francisco Ferreira, dirigente da associação ambientalista, salienta que as políticas governamentais estão no bom caminho, mas alerta para os desperdícios de energia nos sectors do «comércio, serviços e transportes».

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, pretende ver a UE na vanguarda da luta contra as alterações climáticas. A adopção unilateral da redução de 20 por cento dos gases responsáveis pelo efeito de estufa até 2020, relativamente aos valores de 1990, é uma das metas fundamentais que poderão resultar do encontro dos 27 países da União.

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Em conversa telefónica com o PortugalDiário, Francisco Ferreira salientou a importância deste objectivo, mas considerou que o desejável seria uma meta mais ambiciosa, aquela com que UE se poderá comprometer, mas apenas em conjunto com outros países desenvolvidos, de forma especial os EUA. «Para nós o desejável seria que a Europa se comprometesse com 30 por cento de redução das suas emissões até 2020, relativamente aos valores de 1990», frisou o ambientalista, defendendo que existem condições, também em Portugal, para uma política deste tipo.

«Nós temos uma margem de manobra bastante grande para reduzir emissões, especialmente no sector dos transportes. Nas [energias] renováveis estamos a fazer investimentos significativos, como uma nova meta de 45 por cento até 2010», salientou. Embora colocando algumas reservas: «Desperdiçamos muita energia no sector do comércio, dos serviços e nos transportes».

O representante da Quercus alertou ainda: «Estamos a ir mal no excesso de oferta de centrais de ciclo combinado e no que diz respeito à gestão de transportes públicos das grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto».

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«Não vai ser uma cimeira fácil»

Para Francisco Ferreira, o sucesso do encontro, que se realiza em Bruxelas, depende ainda da capacidade para ultrapassar alguns escolhos, como a resistência de determinados países relativamente ao nuclear. «Não vai ser uma cimeira fácil, porque a Finlândia e a França opõem-se que a meta de electricidade, a partir de energias renováveis, seja consignada, porque querem ver contemplado o papel da energia nuclear», disse, apontando, por outro lado que a mudança é uma exigência.

«As evidências das alterações climáticas e a liderança da UE exigem essa estratégia», afirmou, assinalando que a longo prazo a Europa terá benefícios, mesmo no campo da economia. E citou o documento elaborado pelo economista Nicholas Stern, um ex-responsável do Banco Mundial, que prevê que o custo das alterações climáticas pode superar o das duas guerras mundiais e que Portugal será um dos países mais afectados na Europa.

«O que ele diz é que o custo de não fazer é muito mais alto do que o custo de fazer. O problema é que se cada um de nós ficar à espera dos outros é preciso que a situação se torne verdadeiramente catastrófica para actuarmos, só que nessa altura, será tarde demais», concluiu.

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