Aqui, em Alcochete, o exercício é de escalão de grupo - 30 homens.
«Você vai fazer rajadas curtas, tá? Tá bem? Quando quiser. Vai tentar fazer rajadas de três munições. "Bora. Primeiro. Dois. Três.»
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Durante 8 dias e 8 noites os incidentes sucedem-se: rebentamento de engenhos explosivos, captura de insurgentes, emboscadas, atropelamentos, avarias de viaturas e apedrejamentos.
O «aprontamento» tem de reproduzir a situação no terreno. O fogo é real.
«Eu já estive no Afeganistão fazendo parte de uma força dos Comandos uma vez, em 2008. Conhecendo aquele país no tempo em que estive lá, acho que é complicado, começando pelo relevo, tanto como também pela temperatura. Difícil é sair sem saber o que irá acontecer-nos nos momentos seguintes, mas já estamos preparados para isso», diz o soldado Fábio Alves, comando.
«Eu estive na missão passada. Foi ração de combate, por exemplo, 48 dias», conta o cabo Antão Pereira.
«Nunca lá fui. Espero encontrar as coisas bem mais fáceis, se calhar, que aquilo que sei que outros camaradas meus lá passaram. Passaram lá maus momentos. E pronto, vamos lá ver se corre tudo bem. E se a gente tem sorte», revela o soldado André Silva, comando.
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Mudança de cenário. Mais uma emboscada.
As granadas de fumo simulam incidentes específicos. Cada cor tem um significado. O fumo verde corresponde a um ataque suicida. O cinzento a um engenho explosivo improvisado. Esta granada de fumo vermelho é um ataque por fogo indirecto: morteiro, artilharia.
A preocupação, aqui, é o realismo. E percebe-se. A situação no Afeganistão é caótica, para não dizer catastrófica: corrupção, tráfico de droga e violência generalizada.
A História do Afeganistão é feita de ocupações: Império Persa, Alexandre o Grande, Genghis Khan, britânicos, soviéticos. A lista não é exaustiva. Em 2001, os Estados Unidos e Grã-Bretanha - mais a Aliança do Norte - atacam os talibãs, que controlam o país desde 1996. O primeiro alvo é Mazar-e-Charif. Depois, é a vez de Taloqan - os repórteres Rui Pereira e Pedro Pinto, acompanharam a ofensiva - estas imagens são da equipa da TVI - Taloqan, Pul-e-Khumri, Bamiyan, Kunduz, Herat e por fim Cabul.
Em Dezembro do mesmo ano é decretado o envio de uma Força Internacional de Assistência para a Segurança, a ISAF, que a 11 de Agosto de 2003 passa a ser comandada pela NATO. A República Islâmica do Afeganistão é, hoje, dirigida pelo presidente Karzai e um Parlamento eleito, mas a influência do governo central - do Estado - começa e acaba em Cabul. O interior do país é controlado pelos chefes das tribos.
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