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Valença: PS demitiu-se em protesto

Estão contra a decisão do Governo de excluir o concelho da rede nacional de urgências

A Comissão Política Concelhia do PS de Valença demitiu-se em bloco, na sexta-feira, em protesto contra a decisão do Governo de excluir o concelho da rede nacional de urgências, disse hoje à Lusa o presidente demissionário.

Fernando Rodrigues afirmou que, com este gesto, a Concelhia expressa «total solidariedade» para com o presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, que também já se demitiu de todos os órgãos que integrava no PS, por não concordar com a actual política de saúde do Governo.

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A Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências apresentou recentemente a sua proposta, que, no caso do distrito de Viana do Castelo, aponta para um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico, no Centro Hospitalar do Alto Minho, e dois Serviços de Urgência Básica (SUB), um em Ponte de Lima e outro em Monção.

A única mudança em relação à proposta inicial, que esteve em inquérito público até finais de Novembro, é a transferência para Monção da Urgência Básica que estava prevista para Valença.

O presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra (PS), reuniu-se na quinta-feira com o ministro da Justiça, para o tentar convencer a incluir o concelho na rede de urgências, mas Correia de Campos manifestou-se «irredutível e inflexível».

Por isso, o autarca já se demitiu da Comissão Política Nacional e a Comissão Política Distrital de Viana do Castelo do PS, não descartando também a hipótese de entregar o cartão de militante.

«O ministro teimou em manter uma decisão completamente disparatada, que é injusta para Valença e também lesiva dos interesses dos habitantes nos concelhos vizinhos de Vila Nova de Cerveira e Paredes de Coura», criticou o autarca.

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Serra acusou mesmo Correia de Campos de fazer política «ao estilo quero, posso e mando» e avisou-o que «vai ter muitos problemas» por causa das urgências.

«O ministro da Saúde tem uma forma de fazer política que já não é admissível em pleno século XXI. Não deu qualquer justificação para esta alteração, pura e simplesmente porque não há justificação para o injustificável. Com esta forma de fazer política, vai ter muitos problemas, quer em Valença quer em todo o país. E acredito mesmo que acabará por ter de se demitir», criticou José Luís Serra.

O autarca de Valença garantiu que, a partir de agora, está disponível para participar em todas as manifestações de indignação e de protesto que a população do concelho venha a promover, desde que sejam «ordeiras, correctas e civilizadas, como se impõe num Estado de Direito».

Para domingo está já marcada uma marcha lenta de protesto, em caravana automóvel, que promete congestionar completamente o trânsito na ponte internacional que liga Valença a Tui, em Espanha.

Pelas 10:00, também as sirenes dos bombeiros e os sinos das igrejas de todas as freguesias do concelho vão tocar a rebate, em sinal de luto pelo encerramento das urgências no centro de saúde de Valença.

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