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Lançado manual contra «sequestros»

Governo do Estado venezuelano de Zúlia lança «alertas»

O governo do Estado venezuelano de Zúlia voltou a distribuir gratuitamente um «Manual contra o sequestro de pessoas», alertando os cidadãos e turistas para a necessidade de uma cultura de prevenção, disse à Agência Lusa fonte do Comando Unificado Anti-sequestro (CUA).

O Estado de Zúlia está situado a 800 quilómetros a Oeste de Caracas, fazendo fronteira, a Oeste e de Norte a Sul, com a Colômbia. No Sul, faz ainda fronteira com o Estado de Táchira, localidade onde quatro portugueses, entre eles três crianças, foram sequestrados há uma semana.

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No manual de 65 páginas, a que a Agência Lusa teve acesso, depois das considerações iniciais, as autoridades zulianas explicam que «o sequestro de pessoas que possam dispor de grandes quantidades de dinheiro é uma actividade lucrativa e rentável» e advertem que «os sequestradores podem ter uma vida vulgar, simularem ser cidadãos dedicados a um trabalho honesto, abnegados pais de família e maridos exemplares».

Além dos ricos, salienta o documento, «qualquer outra pessoa pode ser vítima de um sequestro», principalmente os industriais, banqueiros, agricultores, estudantes e donas de casa que «disponham, num dado momento, de liquidez» financeira, se os raptores acreditarem que eles «são capazes de pagar para viver».

Por outro lado, ser descuidado e imprudente em matéria de segurança pessoal, ter «um amante» com quem se tem «uma vida secreta em apartamentos e hotéis» ou ser figura pública, transforma o cidadão num alvo preferencial.

De acordo com o mesmo documento, o sequestro tem «cinco objectivos gerais»: «Pedir resgate, assassinar o sequestrado, pedir resgate e assassinar o sequestrado, obter publicidade política e semear o medo no povo».

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Aponta como lugares propícios para o sequestro «o domicílio particular, o escritório de trabalho, viagens e o trânsito citadino».

Por isso, recomenda-se a construção de muros à volta das casas para impedir a visibilidade, portas resistentes, não abrir a pessoas não plenamente identificadas ainda que tenham muito boa aparência, instalar um circuito fechado de televisão, ter cortinas e grades nas janelas, criar um pequeno armário ou zona de refúgio com linha telefónica, iluminar os jardins e ter um cão treinado.

No caso de apartamentos, recomenda-se portas resistentes, com mecanismos de segurança adicionais e possibilidade de visualizar elevadores e escadas. O acesso ao estacionamento, mesmo com elevadores, deve ser restringido.

Ser discreto ao lidar com vizinhos e empregados, contratar alguém para levar e trazer os filhos da escola, não frequentar assiduamente os mesmos lugares, não ir a sítios isolados, não revelar dados sobre a profissão ou o que se tem em casa são outros dos conselhos do Manual.

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Optar por escritórios distantes do rés-do-chão e com acesso restringido, com botão «de alarme ou pânico», trabalhar longe das janelas, não incluir o nome em anúncios publicitários e treinar os familiares e colegas para não darem informações sobre a sua localização, são outras das recomendações.

Sugere-se ainda que não se fale em viagens a fazer, que não se vá sempre para o mesmo hotel, que se variem os itinerários e que se não circule por lugares isolados. Evitar andar sozinho e não dar passeios a pé nas proximidades de casa ou do escritório, não ir sempre à mesma igreja, nem ao mesmo restaurante.

Quando conduz, o cidadão deve estar atento à rota de outros veículos e, caso suspeite ser perseguido, deve ligar para a polícia e continuar viagem, procurando um local onde haja muita gente, como um hospital ou mercado, travar bruscamente e procurar protecção.

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