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Professores agredidos

Um terço das chamadas para SOS Professor relata agressões físicas

Mais de três em cada dez docentes que contactaram a Linha SOS Professor, em funcionamento desde Setembro, admitiram ter sido vítimas de agressões físicas, situações de violência que ocorrem sobretudo no 1º ciclo, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira, escreve a Lusa.

De acordo com um documento da Associação Nacional de Professores (ANP), que promove a iniciativa, aquela linha telefónica recebeu 66 contactos de professores, 22 dos quais, cerca de 33 por cento, reportando situações de agressão física.

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Na maioria dos episódios relatados, a agressão partiu dos alunos (36,4 por cento) ou dos encarregados de educação (18,2 por cento).

O recinto escolar foi o palco principal de violência e indisciplina, em 48,5 por cento dos casos relatados, sendo que 31,8 por cento das situações ocorreram mesmo em plena sala de aula.

Maior parte dos casos ocorreu no primeiro ciclo

A maior parte dos casos denunciados ocorre no 1º ciclo (antiga primária), que registou 33,3 por cento das ocorrências, seguindo-se o ensino secundário, com 19,7 por cento de denúncias.

Lisboa (33,3 por cento), Porto (18,2) e Setúbal (10,6) são os distritos onde se registaram mais casos, de acordo com os telefonemas dos professores.

Mais de 90 por cento das pessoas que contactaram a linha telefónica são docentes, predominantemente mulheres (74,2 por cento), com 26 a 30 anos de serviço.

Docentes têm vergonha de admitir agressões

«Muitos dos contactos revelam que os professores têm ainda vergonha de denunciar situações de indisciplina e violência, procurando, muitas vezes, informação para um suposto colega que afinal não existe», afirma João Grancho, presidente da ANP.

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Do outro lado da linha, professores, psicólogos, juristas e especialistas em mediação de conflitos e mediação escolar constituem a equipa de técnicos que está acessível através do número 808962006, todos os dias úteis, entre as 11:00 e as 12:30 e entre as 18:30 e as 20:00.

Além do apoio psicológico, os docentes que utilizaram o serviço solicitaram sobretudo apoio jurídico e ajuda na mediação de conflitos, mas a maioria (36,4 por cento) quis apenas desabafar e pedir conselhos.

Dos 66 professores que utilizaram este serviço, mais de 30 por cento ligaram apenas uma vez, o que não aconteceu com os restantes, tendo-se registado 124 chamadas de acompanhamento, num total de 67 horas de telefonemas.

Esta linha confidencial, promovida em parceria com a Universidade Lusófona do Porto e com a Liberty Seguros, conta com um serviço de mensagens, estando ainda disponível um endereço de e-mail (sosprofessores@anprofessores.pt) para os docentes poderem expor os seus casos.

De acordo com dados do Gabinete de Segurança do Ministério da Educação, referentes ao ano lectivo 2004/2005, registaram-se mais de 1.200 casos de violência escolar nos estabelecimentos de ensino portugueses, que obrigaram um total de 191 alunos, professores e funcionários a receber tratamento hospitalar devido a agressões.

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