Já fez LIKE no TVI Notícias?

Casa Pia: «pago para incriminar Cruz»

Mãe de jovem diz que este sempre foi «muito mentiroso»

A mãe adoptiva de uma das alegadas vítimas do processo da Casa Pia descreveu, esta quarta-feira, o filho como sendo «mentiroso» e revelou que este lhe confessou ter sido pago para incriminar o apresentador de televisão Carlos Cruz, escreve a Lusa.

A testemunha, que trabalhou vários anos na RTP mas diz não conhecer pessoalmente Carlos Cruz, contou que, depois de saber que o jovem tinha incriminado o apresentador num depoimento à TVI com a voz distorcida, lhe telefonou a perguntar o que se estava a passar e ele respondeu: «Apanharam-me o ponto fraco. Pagaram-me».

PUB

A testemunha, que à data desta conversa já não mantinha um relacionamento familiar com o jovem, precisou que o filho lhe disse, inclusivamente, ter sido pago por uma jornalista «loira da TVI».

«Sempre foi muito mentiroso

Durante a audiência, alegou que o seu único filho, alvo de adopção plena aos 5 anos, «sempre foi muito mentiroso» e revelou desde cedo uma série de problemas que o obrigaram a passar por psiquiatras, psicólogos e consultas de sexologia.

O Ministério Público, o advogado da Casa Pia Miguel Matias e o defensor do principal arguido Carlos Silvino (Bibi) estranharam a forma depreciativa como a testemunha sempre falou do filho e questionaram a sua credibilidade, tendo a mãe adoptiva explicado que não a move qualquer espírito de «vingança» em relação ao jovem, apenas a procura da verdade.

«Ele está a destruir uma pessoa. Podia ser o Carlos Cruz ou outra pessoa. Eu teria sempre a mesma atitude», disse a testemunha, procurando contrariar a ideia expressa por alguns advogados que só estava interessada em ajudar o apresentador de televisão.

PUB

O procurador João Aibéo levou a testemunha a admitir que o facto de o jovem lhe ter dito que foi pago para acusar Carlos Cruz não significava que tivesse dito que nunca esteve com o apresentador ou tivesse sido abusado por este, num jogo de subtilezas jurídicas.

José Maria Martins requereu ao tribunal de julgamento que a testemunha fosse confrontada com o depoimento prestado ao juiz de instrução criminal (JIC), por entender que havia «contradição patente» entre uma e outra declaração.

Apurada as diferenças, Ricardo Sá Fernandes, advogado de Cruz, entendeu que o depoimento da testemunha, em termos globais, coincide com o que disse ao JIC, embora haja efectivamente alguns detalhes em que as duas versões não coincidem.

Ouvida jornalista da TVI

Durante a sessão da tarde foi ouvida a jornalista da TVI Alexandra Borges, que investigou o caso e relatou contactos e encontros mantidos com algumas das vítimas deste processo de pedofilia depois do escândalo rebentar, em finais de 2002.

A jornalista respondeu a perguntas dos advogados dos arguidos Manuel Abrantes (ex-provedor-adjunto da Casa Pia) e Jorge Ritto (diplomata) mas, poucos minutos depois de Ricardo Sá Fernandes ter iniciado a sua instância, a testemunha disse ser «desconfortável» para si estar a ser interrogada por uma pessoa que tinha sido advogado da TVI até à detenção de Carlos Cruz.

Esta questão sensível, que motivou que José Maria Martins e o procurador levantassem objecções, motivou a juíza a fazer um intervalo, tendo no recomeço Ricardo Sá Fernandes ditado para a acta que «nunca assessorou a jornalista Alex andra Borges em qualquer diligência concreta que tivesse a ver com a investigação no processo Casa Pia».

PUB

Últimas