Cerca de 30 por cento dos voos programados para a madrugada de hoje sofreram atrasos de mais de uma hora, no terceiro dia consecutivo de novos problemas nos aeroportos brasileiros, segundo balanço oficial, citado pela Lusa.
Desde terça-feira, há filas em todos os aeroportos do país, voos cancelados e com atrasos de mais de seis horas e passageiros irritados e sem paciência face à crise aérea que se arrasta há nove meses no Brasil.
PUB
Os controladores alegam que os problemas desta semana foram causados por falhas em equipamentos do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controlo do Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília.
Autoridades da Aeronáutica admitiram à imprensa local, que os atrasos também foram provocados pelos próprios controladores aéreos, que aumentaram o espaço entre aterragens e descolagens.
A reacção dos controladores seria uma resposta à intenção da Aeronáutica de punir cerca de 50 trabalhadores que participaram numa greve, no passado dia 30 de Março, que paralisou o sistema aéreo brasileiro.
A situação pode complicar-se ainda mais com a prisão do presidente da Federação Brasileira das Associações de Controlo de Tráfego Aéreo, sargento Carlos Trifilio, devido a uma entrevista a uma revista masculina em que o militar criticou a gestão da Aeronáutica e revelou que no Brasil «há até controladores de voo surdos e gagos».
Esta nova onda de caos nos aeroportos brasileiros é mais um capítulo da crise no sector aéreo brasileiro, que ficou evidenciada após o acidente, a 29 de Setembro, entre um Boeing da companhia aérea GOL e um jacto Legacy.
PUB
O Boeing despenhou-se na floresta Amazónica, e as 154 pessoas que estavam a bordo, entre elas o empresário português António Armindo, morreram, no maior acidente da história da aviação brasileira.
Desde então, uma série de problemas, como protestos e paralisação dos controladores aéreos, falta de técnicos e falhas de equipamentos levou o caos aos aeroportos brasileiros.
Em várias ocasiões, nomeadamente nos feriados, quando o fluxo de passageiros é maior, registaram-se tumultos nos aeroportos, cancelamentos de voos, extravios de bagagens e milhares de passageiros à esperarem em filas durante mais de 20 horas.
PUB