Anitta despediu-se de Portugal, o seu "lugar preferido", para ser operada à endometriose - TVI

Anitta despediu-se de Portugal, o seu "lugar preferido", para ser operada à endometriose

Anitta e Murda Beatz (Instagram)

Cantora brasileira revelou, no início do mês, que sofria da doença e que tinha de passar pela cirurgia. Em Portugal, esta doença afeta uma em cada dez mulheres em idade fértil

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Anitta terminou, no domingo, a digressão europeia no Meo Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, no país que, segundo a cantora, é o seu "lugar preferido". A digressão encerrou "da melhor maneira" mas, no Twitter, a cantora confessou-se exausta e disse que "nada no mundo vale a nossa saúde ser levada à exaustão assim". 

As mensagens foram escritas um dia antes de surgirem as primeiras fotografias da artista na cama de hospital, ao lado do namorado, o produtor Murda Beatz, sem explicar o que se passava. 

Houve quem especulasse, citando as últimas mensagens da cantora, que se tratava de exaustão, mas houve também quem lembrasse que Anitta tinha uma cirurgia programada para tratar a endometriose. E foi isso mesmo que a jovem, que está internada no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, acabou por confirmar, através das redes sociais. 

“Vim da digressão direto para o hospital para começar os preparativos para uma cirurgia que eu vou fazer assim que meu corpo estiver pronto para isso. A cirurgia já estava marcada antes do início da digressão. Eu tenho algo chamado endometriose (muito comum em milhões de mulheres no mundo, mas não tão falado quanto deveria ser). Estou indo bem, sendo muito bem cuidada e manterei todos informados”, escreveu Anitta numa publicação em inglês, antes de revelar que o pré-operatório estava a ser doloroso.

Doença benigna "com um comportamento maligno"

Mas, afinal, o que é a doença que levou Anitta ao hospital e provoca dores incapacitantes nas mulheres? É uma doença para a qual a sociedade, em geral, inclusive muitas mulheres, estão pouco conscientes. 

Segundo a médica Filipa Osório, ginecologista-obstetra do Hospital da Luz, em entrevista à CNN Portugal, a endometriose surge “quando as células ou glândulas que deveriam crescer dentro do útero ou da cavidade uterina migram para fora do útero e crescem noutros sítios, vão menstruar noutros sítios, sofrer as mesmas alterações cíclicas do mês e dão alterações sob a forma de quistos e nódulos”.

É, também, uma doença benigna, mas “com um comportamento maligno”. “Porque pode invadir a bexiga, pode invadir o intestino, pode invadir uma série de estruturas como se tivesse um comportamento maligno” e cujo primeiro sinal é a dor incapacitante que tem de ser investigada.

Quando, no início do mês, deu a conhecer que sofria de endometriose, Anitta revelou que sofria de dores incapacitantes, há vários anos, após ter relações sexuais e que procurou vários médicos até chegar ao dignóstico. Depois de vários exames e consulta com especialista, o tratamento teria de ser a cirurgia.

À CNN Portugal, a médica Filipa Osório afirmou que as queixas mais frequentes "são as queixas de dor pélvica, nomeadamente de dor menstrual (ou dismenorreia), depois, dependente das lesões que tem, pode ter dor associada ao defecar ou dor associada ao urinar na altura da menstruação, ou dor nas relações profundas ou dor a meio do ciclo quando as mulheres não fazem a pílula. Também podem ter dor aumentada na ovulação. Algumas podem associar-se a infertilidade”.

No entanto, apesar da dor ser o primeiro sinal para ajudar a diagnosticar a doença, a endometriose também pode passar despercebida e não se sabe porquê.

Em Portugal, segundo números da Mulherendo, Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, a endometriose afeta uma em cada dez mulheres em idade fértil.

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