O presidente do Chega, André Ventura, disse, esta sexta-feira, que as respostas enviadas pelo ex-primeiro-ministro António Costa ao parlamento, sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, “deixam no ar muitíssimas interrogações” e “são ineficazes e incompletas”.
“As respostas que chegaram ao parlamento deixam no ar muitíssimas interrogações e são manifestamente incompletas para aquilo que se pretende”, afirmou André Ventura, salientando que “teria sido muito melhor” que António Costa fosse ouvido na comissão parlamentar de inquérito.
De acordo com líder do Chega, o depoimento por escrito “prejudica e muito” a possibilidade de questionar “de forma efetiva” o ex-governante.
André Ventura comentava, esta sexta-feira, na Assembleia da República as respostas dadas por António Costa aos deputados, depois de alguns órgãos de comunicação social terem divulgado o seu conteúdo.
Esta sexta-feira de manhã, em declarações à Lusa, o presidente da comissão parlamentar de inquérito, Rui Paulo Sousa, esclareceu que a divulgação das respostas à imprensa terá de ser decidida pela mesa e coordenadores.
“Apesar de eu, como presidente da comissão, achar que as referidas respostas devem ser disponibilizadas, visto que resultam do equivalente a uma audição, terá de ser a mesa e coordenadores a decidir essa questão”, justificou o deputado do Chega.
António Costa respondeu, por escrito, às 61 perguntas da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Santa Maria com o medicamento Zolgensma, começando por dizer que só tomou "conhecimento deste assunto quando ele foi noticiado pela TVI". Estas respostas não são ainda públicas e por isso, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito defende que devem ser disponibilizadas visto que são o equivalente a uma audição.
Nas perguntas do grupo parlamentar do PSD, o antigo primeiro-ministro diz ainda que procurou saber "se e que intervenção teria havido" por parte do seu gabinete ou de algum membro do Governo.
Questionado se "um secretário de Estado tem autonomia para marcar, a título excecional, consultas numa unidade hospitalar", Costa é peremptório: "Um Secretário de Estado não tem competência para marcar consultas, que só podem obviamente ser marcadas por quem tem para tal competência em cada instituição do SNS."
O antigo chefe do Governo diz ainda que "os membros do Governo são politicamente responsáveis pelos seus atos e omissões e, consoante a situação concreta, por atos e omissões de quem está sob a sua direção ou tutela".