António Costa não se arrepende de ter pedido a demissão: "Hoje faria o mesmo que fiz no dia 7. Pode é perguntar a quem fez o comunicado se faria o mesmo perante aquilo que sabe hoje" - TVI

António Costa não se arrepende de ter pedido a demissão: "Hoje faria o mesmo que fiz no dia 7. Pode é perguntar a quem fez o comunicado se faria o mesmo perante aquilo que sabe hoje"

  • CNN Portugal
  • MJC
  • 11 dez 2023, 11:14

Primeiro-ministro, que lidera agora um Governo de gestão, dá esta noite uma entrevista à TVI e à CNN Portugal. O Jornal Nacional da TVI começa pelas 20:00

No seu primeiro dia como primeiro-ministro de um Governo de gestão, António Costa conversou com a CNN Portugal à porta do Palácio de São Bento, em Lisboa, à saída para um dia cheio de reuniões e que irá terminar com uma entrevista, esta noite, à TVI e à CNN Portugal. "É um dia normal de trabalho", começou por dizer. "O Governo não para. Há uma dimensão da ação política do Governo, designadamente legislativa, que fica limitada. Mas é preciso não deixar parar o PRR, há um conjunto de decisões que dia a dia o Governo vai ter de tomar, há uma agenda internacional muito preenchida nos próximos tempos, tudo isso vai continuar na sua normalidade."

Um mês depois de ter pedido demissão, na sequência da divulgação da Operação Influencer, António Costa não se arrepende da decisão tomada: "Quem exerce as funções de primeiro-ministro não pode estar sob uma suspeita oficial. Aquele parágrafo foi determinante. Há quem pergunte e se não tivesse havido o parágrafo? Não adianta discutir o que teria feito se. Uma coisa são as notícias nos jornais, outra coisa é a pessoa que está no topo da hierarquia do Ministério Público resolver comunicar oficialmente ao país que está aberto um processo-crime ao primeiro-ministro. O meu primeiro dever é proteger a dignidade desta função. Isto não é uma função qualquer. Por isso, eu hoje faria o mesmo que fiz no dia 7. O que pode é perguntar a quem fez o comunicado se faria o mesmo perante aquilo que sabe hoje", diz, deixando a pergunta no ar para a procuradora-geral da República.

António Costa acredita que "ninguém está acima da lei e, se há uma suspeita, essa suspeita tem de ser investigada". Mas considera que a justiça deve refletir sobre se deve ser "divulgada a existência de uma suspeita sem que tenham sido praticados os atos de investigação suficientemente sólidos", pondo assim "em causa a idoneidade de uma pessoa".

Perante isto, Costa garante: "Não estou zangado". Mas está "magoado". "Quem não se sente não é filho de boa gente", sublinha. E mantém a tranquilidade: "Ninguém falou comigo, nem sei, aliás, em bom rigor, qual é a suspeita que levou à existência desse processo. Mas, como confio no sistema de justiça, tenho a certeza de que, mais tarde do que a justiça gostaria, mas no tempo que a justiça entende como próprio, há-de se esclarecer tudo. E não tenho dúvidas de qual será a conclusão final: como tenho a certeza que nada fiz de errado, o resultado há-de ser ou a não acusação ou um arquivamento ou a minha absolvição. A minha consciência está absolutamente tranquila."

Quanto ao Governo, que se mantém em gestão até às eleições legislativas, considera "que é cedo para fazer balanços". "Obviamente, é frustrante por duas vezes ver interrompida a legislatura, a somar-se dois anos de paralisia com a covid, há muita coisa que estava no programa do Governo e não conseguiremos fazê-lo até 10 de março." Uma frustração para quem, como ele, "gosta de fazer coisas".

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