O grande apagão que atingiu o país deixou milhões de pessoas sem eletricidade durante várias horas, levantando uma questão para quem viu o frigorífico e o congelador desligados: o que fazer com os alimentos que estavam lá dentro?
Segundo o El Mundo, que cita especialistas em segurança alimentar, o tempo sem energia é crucial para avaliar o que se pode ou não consumir.
De acordo com Beatriz Robles, tecnóloga de alimentos, se o frigorífico se manteve fechado, os alimentos podem resistir até 4 a 6 horas a uma temperatura segura (cerca de 4 ºC). Depois desse período, a segurança começa a ser comprometida, especialmente com produtos como carnes, peixes, ovos, molhos, preparados refrigerados ou saladas de pacote. Já Miguel Ángel Lurueña, também especialista na área, diz mesmo que estes alimentos devem ser descartados se a temperatura tiver ultrapassado os 4 ºC por mais de seis horas.
Assim sendo, frutas e legumes inteiros, manteiga, queijos curados, pickles, compotas ou conservas são geralmente seguros. Produtos como refrigerantes, chocolates ou bebidas alcoólicas, mesmo que guardados no frio, não precisam de refrigeração e mantêm-se estáveis.
A Agência Espanhola de Segurança Alimentar (AESAN) acrescenta mesmo que os alimentos pareçam bem ou não tenham cheiro estranho, podem já estar contaminados, e que nunca se deve provar um alimento para verificar se está seguro.
Quanto ao congelador, se este estiver cheio e a porta não for aberta, os alimentos podem aguentar até 48 horas. Se estiver meio cheio, o tempo reduz-se para 24 horas.
Também o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos EUA (USDA) recomenda o descarte de carnes, peixes, ovos e substitutos de ovos (crus ou cozinhados), charcutaria, salsichas, enchidos, caçarolas, pizzas, saladas preparadas (frango, atum, macarrão, batatas); molhos e recheios, leites, cremes, iogurtes, queijos de pasta mole, frutas e legumes cortados, sumos abertos, molhos à base de natas, massas e batedores, bolos ou tartes com natas.
A recomendação final dos especialistas é simples: se tiver dúvidas, não arrisque. Quando se trata da saúde, mais vale prevenir do que remediar.