O novo foguetão europeu Ariane 6, que hoje descolou com êxito da Guiana Francesa, ejetou às 21:06 (hora de Lisboa) o nanossatélite português ISTSat-1, construído por estudantes e professores do Instituto Superior Técnico (IST).
Depois de libertado do módulo superior do Ariane 6, o ISTSat-1 "viajará" pelo espaço até ficar posicionado a 580 quilómetros da Terra, acima da Estação Espacial Internacional, a "casa" e laboratório dos astronautas.
O engenho, um "cubo" que custou cerca de 270 mil euros, vai servir para testar um novo descodificador de mensagens enviadas por aviões que permitirá a sua deteção em zonas remotas e aferir a viabilidade do uso de nanossatélites na receção de sinais sobre o estado de aeronaves, como velocidade e altitude, para efeitos de segurança aérea.
Espera-se o envio dos primeiros dados do ISTSat-1 até cerca de um mês depois do início das operações.
Trata-se do primeiro nanossatélite concebido por uma instituição universitária portuguesa e o terceiro satélite português a ser enviado para o espaço, depois do nanossatélite Aeros MH-1, em março, e do microssatélite PoSat-1, em 1993, que envolveram a participação de empresas.
Ficará em órbita entre cinco e 15 anos antes de reentrar na atmosfera.
Junto com o ISTSat-1 seguiram no módulo superior do Ariane 6 outros pequenos satélites e equipamentos científicos de instituições, empresas e agências espaciais estrangeiras.
É com a gama de foguetões Ariane 6 que a ESA pretende enviar em 2026 a sonda espacial Plato, que irá "fotografar" milhares de estrelas e procurar planetas semelhantes à Terra. A missão tem participação científica portuguesa, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.