Ao lado de Lula (que chegou a colocar Portugal entre os culpados pela guerra), Santos Silva defende cravos do 25 de Abril como símbolo da liberdade ucraniana - TVI

Ao lado de Lula (que chegou a colocar Portugal entre os culpados pela guerra), Santos Silva defende cravos do 25 de Abril como símbolo da liberdade ucraniana

Lula da Silva na Assembleia da República (Foto Lusa)

Presidente do Parlamento português quis dizer ao Presidente brasileiro que "o povo ucraniano é vítima de massacre e de destruições bárbaras"

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O presidente da Assembleia da República colocou Portugal e Brasil lado a lado na defesa do Direito Internacional, afirmando que os cravos que simbolizam o 25 de Abril são também símbolo da luta da Ucrânia pela sua liberdade. Augusto Santos Silva condenou a invasão russa durante o discurso de boas-vindas a Lula da Silva, garantindo que os dois países "ambicionam um mundo seguro e sustentável, regulado pelo Direito Internacional, um mundo multipolar em que cada nação tem o seu lugar, um mundo governado por instituições e agendas multilaterais comprometidas com a paz, com o desenvolvimento e com os Direitos Humanos".

"O cravo vermelho simboliza a liberdade por que se batem os ucranianos", afirmou Augusto Santos Silva. "O mundo precisa de Portugal e do Brasil, e precisa agora mesmo agora que ocorre no leste da Europa um conflito sangrento e dramático cujos efeitos políticos e económicos são globais”, apontou o presidente da Assembleia da República, antes de se realçar que “o povo ucraniano é vítima de massacre e de destruições bárbaras". São palavras ditas diante de um presidente brasileiro, Lula da Silva, que ainda recentemente colocou Portugal entre os culpados pela guerra na Ucrânia, e que, já depois do discurso de Augusto Santos Silva, comparou o 25 de Abril com a guerra na Ucrânia.

Após defender a entrada do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Augusto Santos Silva referiu-se novamente à Ucrânia, num tema em que as posições portuguesa e brasileira não são totalmente coincidentes, sobretudo depois de Lula da Silva ter sugerido que União Europeia (e por inerência Portugal) e Estados Unidos também contribuíram para o conflito. "A Assembleia da República incentiva os executivos [dos dois países] a trabalharem num mundo onde conflitos sejam contidos e arbitrados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse Santos Silva.

Nélida Piñon

"A personalidade que os brasileiros escolhem como presidente é sempre bem-vinda no Parlamento português": ainda antes de se concentrar na guerra, que foi o tema para o final do discurso, Augusto Santos Silva deu assim as boas-vindas ao presidente do Brasil, recebido numa sessão solene à margem do 25 de Abril, mas já com os cravos vermelhos a engalanarem o hemiciclo e as lapelas dos presentes, incluindo de Lula da Silva.

"O encontro das agendas faz com que esta sessão solene ocorra numa data muito importante, o 25 de Abril", vincou Santos Silva, sublinhando o cravo vermelho na lapela do presidente brasileiro.

Voltando aos ataques ao ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, Augusto Santos Silva falou em "obstáculos de sectarismo preconceituoso" para recordar a demora na atribuição do Prémio Camões a Chico Buarque, faltando durante quatro anos a assinatura do Palácio do Planalto, agora firmada. "O Parlamento português reafirma a íntima fraternidade que nos une a essa república dos sonhos cantada por Nélida Piñon."

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