EUA divulgam imagem inédita de Lockheed U-2 a sobrevoar o balão-espião - TVI

EUA divulgam imagem inédita de Lockheed U-2 a sobrevoar o balão-espião

Um piloto da Força Aérea dos EUA observa o balão de vigilância chinês enquanto sobrevoava os Estados Unidos, no dia em 3 de fevereiro (Departamento de Defesa)

Fotografia foi tirada do cockpit do avião de reconhecimento que serve a força aérea norte-americana desde a década de 50, a uma altitude de 70 mil pés

Relacionados

O Pentágono publicou esta quinta-feira uma imagem inédita de um avião de espionagem U-2 a sobrevoar o balão chinês que acabou por ser abatido pela força aérea norte-americana, por suspeitas de que estivesse a espiar o território norte-americano.

A fotografia tinha sido publicada na rede social Twitter pelo jornalista e autor Chris Pocock, que levantou questões sobre a veracidade da imagem que mostra o capacete de um piloto a bordo do lendário avião de espionagem americano Lockheed U-2 e o balão chinês.

“Eu vi o relatório. Eu posso confirmar a autenticidade da fotografia”, disse a porta-voz do Pentágono Sabrina Singh aos jornalistas. As autoridades norte-americanas acabaram por recuperar a "maioria do balão, incluindo a carga útil", de acordo ainda com Sabrina Singh.

A fotografia foi tirada do cockpit do avião de reconhecimento, que serve a força aérea dos Estados Unidos desde a década de 50, a uma altitude de 70 mil pés (aproximadamente 21 quilómetros), permitindo ao avião observar a parte de cima do balão, que atingiu uma altitude entre os 60 e os 65 mil pés (entre 18 e 19 quilómetros de altitude).

O Departamento da Defesa americano revelou que a imagem foi captada no dia 3 de fevereiro sobre o “território central continental dos Estados Unidos da América”, um dia antes de o dispositivo chinês ser abatido por um míssil lançado de um caça F-22 Raptor. Dias antes sobrevoou diversas áreas dos Estados Unidos, como o Estado de Montana (noroeste do país), onde fica um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes nos Estados Unidos.

Na Conferência de Munique, Wang Yi, diretor do Gabinete da Comissão de Relações Exteriores do Partido Comunista da China (CPC), considerou que a decisão dos EUA de abater o balão chinês foi um "erro de avaliação estratégica" e reiterou que Pequim está interessada em manter relações bilaterais com os Estados Unidos baseadas no "respeito mútuo e na coexistência pacífica". Pequim insiste que o objeto era utilizado para fins meteorológicos e não para espionagem.

O mesmo responsável apelou ainda às autoridades norte-americanas a "afastarem-se" de "ações absurdas" e exigiu "sinceridade" do governo norte-americano, ao mesmo tempo que reconheceu as consequências negativas que este tipo de atuação pode ter nas relações bilaterais.

Além do balão-espião, os Estados Unidos derrubaram outros três objetos voadores no seu território e no Canadá na última semana, cuja origem está a ser investigada por autoridades norte-americanas e canadianas.

A descoberta dos "balões-espiões" reavivou as tensões bilaterais e levou à suspensão de uma viagem à China que o secretário de Estado Antony Blinken pretendia realizar.

Continue a ler esta notícia

Relacionados