Receita líquida de juros impulsionou lucros da banca portuguesa em 2022 - TVI

Receita líquida de juros impulsionou lucros da banca portuguesa em 2022

  • Agência Lusa
  • MBM
  • 4 abr 2023, 12:35
Receita líquida de juros (Christian Ohde/McPhoto/ Getty Images)

Os lucros dos seis maiores bancos em Portugal (BCP, Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, BPI, Santander Totta e Montepio) foram de 2.616 milhões de euros em 2022, mais que os 1.518 milhões de euros no ano anterior

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Os lucros da banca portuguesa em 2022 foram impulsionados pelo crescimento da receita líquida de juros (NII, em inglês), que atingiu 5.777 milhões de euros nesse período, segundo uma análise da DBRS terça-feira divulgada.

“Os resultados beneficiaram de uma receita líquida de juros mais forte devido à subida das taxas de juro e de custos de aprovisionamento mais baixos, refletindo a execução bem-sucedida de planos de reestruturação e melhorias na qualidade de crédito”, refere a análise consultada pela Lusa.

Em 2022, os lucros dos seis maiores bancos em Portugal (BCP, Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, BPI, Santander Totta e Montepio) foram de 2.616 milhões de euros, mais que os 1.518 milhões de euros no ano anterior.

Já ao longo do ano, os créditos não produtivos continuaram a recuar a um ritmo mais lento.

“Os resultados para 2022 foram apoiados pelo crescimento das receitas, tanto do mercado nacional, como internacional. Numa base agregada, a NII aumentou 27% em 2022 devido a um maior volume de empréstimos e reavaliação de ativos, bem como a uma maior contribuição da carteira de títulos e a custos de financiamento mais baixos”, acrescentou a consultora.

Ao mesmo tempo, as comissões e taxas aumentaram 7%, para 2.558 milhões de euros, empurradas pelo aumento do volume da atividade e a desempenhos mais sólidos pelos sistemas de pagamentos.

As despesas agregadas dos seis bancos avançaram 11%, para 3.924 milhões de euros, que a DBRS atribui a “transações esporádicas” – sendo a maioria na CGD. A nível dos custos recorrentes, estes mantiveram-se “estáveis, apesar dos investimentos e maior pressão inflacionária”.

A DBRS refere que, em comparação com a média europeia, o rácio de ‘cost-to-income’ continua a apresentar-se “favoravelmente”.

Para 2023, a DBRS prevê que os bancos portugueses beneficiem da grande exposição aos empréstimos com taxas de juro variáveis, uma vez que a renegociação “não se materializou para uma parte significativa do livro de empréstimos”.

Em simultâneo, a DBRS “espera um aumento dos custos dos depósitos” e, apesar de dizer que a economia portuguesa está sólida, sublinha os riscos que se perspetivam em resultado dos aumentos das taxas de juro e da alta pressão inflacionária.

“Estes fatores vão, provavelmente, impactar a acessibilidade de dívida e poderão contribuir para maiores custos para o crédito a médio prazo”, assinala a análise.

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