Lucro da Caixa sobe 45,5% para 843 milhões. Banco paga dividendo recorde acima de 350 milhões - TVI

Lucro da Caixa sobe 45,5% para 843 milhões. Banco paga dividendo recorde acima de 350 milhões

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  • Alberto Teixeira
  • 2 mar 2023, 17:08
Caixa Geral de Depósitos (Armando Franca/ AP)

Lucro da Caixa subiu 45,5% para 843 milhões de euros em 2022. Banco público vai pagar dividendo recorde superior a 350 milhões de euros ao Estado. Também vai transferir sede, a rondar os 300 milhões

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O lucro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) aumentou 45,5% para 843 milhões de euros em 2022, com o banco público a anunciar dividendos recorde acima dos 350 milhões de euros a serem pagos em cash ao Estado, que ficará ainda com o edifício-sede da instituição.

O resultado obtido no ano passado fica muito perto do máximo histórico de 856 milhões registado em 2007, há 15 anos.

Em relação ao dividendo, ainda se encontra sujeito às aprovações regulatórias. Mas proposta é esta: Estado receberá também o edifício-sede do banco, localizado no Campo Pequeno, como pagamento em espécie, além dos 352 milhões em cash. O edifício estará avaliado em quase 300 milhões, mas ainda está em avaliação, de acordo com o banco.

Em função deste resultado, a Caixa fechou 2022 com uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 9,8%.

Metade da recapitalização “saldada”

A Caixa salienta que, com estes pagamentos, fica “saldada” metade da recapitalização de 4,9 mil milhões de euros de que foi alvo em 2017. Além dos dividendos (que totalizam os 1.300 milhões), o banco já reembolsou os investidores com a recompra dos títulos AT1 na ordem dos 500 milhões e prevê amortizar antecipadamente outros 500 milhões em títulos AT2 este ano. Tudo somado, incluindo a sede, 2,5 mil milhões de euros da recapitalização estão liquidados.

“É um resultado muito favorável, que permite recuperar perdas que tivemos desde 2011. Ainda não conseguimos ‘zerar’ os prejuízos desde 2011, mas temos um caminho de recuperação sólido”, salientou a administradora financeira, Maria João Carioca, na conferência de apresentação dos resultados.

Receitas com juros dispara 43%

Carioca deu conta de que os lucros tiveram origem em várias fontes. Por exemplo, o negócio internacional teve um ano histórico, com um contributo de 193 milhões. Outros 650 milhões vieram da atividade doméstica.

O negócio cresceu a dois dígitos no ano passado. A margem financeira (diferença entre os juros recebidos nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos) disparou 42,8% para 1,4 mil milhões de euros, beneficiando do aumento das taxas de juro no ano passado. Os resultados com comissões atingiram os 606 milhões de euros. O produto global da atividade aumentou 32,3% para 2,3 mil milhões.

Este nível de atividade foi também possível perante o aumento e limpeza do balanço do banco: o crédito a clientes aumentou 2,2% para 50,8 mil milhões de euros e os recursos de clientes cresceram 6,3% para 83,9 mil milhões. Por outro lado, a Caixa registou uma diminuição dos ativos não produtivos em mais de 600 milhões, graças à venda dos fundos ECS, negócio fechado nos últimos dias do ano passado.

Já os “rácios expressivos e os buffers dão confiança”, salienta Maria João Carioca em relação ao rácio CET1 de 18,7%.

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