Banco Central Europeu prevê que atividade da zona euro em 2023 será "bem melhor" do que previsto - TVI

Banco Central Europeu prevê que atividade da zona euro em 2023 será "bem melhor" do que previsto

  • Agência Lusa
  • 19 jan 2023, 14:47
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, e o Comissário Europeu para a Economia, Paolo Gentiloni (EPA)

Christine Lagarde adiantou ainda que a Alemanha, a maior economia da Europa, que deverá escapar à recessão em 2023

A atividade da zona euro abrandou face a 2022, mas será "bem melhor" este ano do que inicialmente se previa, apesar da inflação e da crise energética, disse esta quinta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

"As notícias tornaram-se muito mais positivas nas últimas semanas", fazendo prever que o ano em curso "não será brilhante, mas muito melhor do que o temido", disse Lagarde no Fórum Económico de Davos.

O mercado de trabalho, em particular na Europa, "nunca foi tão dinâmico" com o número de desempregados "no nível mais baixo dos últimos 20 anos", sublinhou.

Alemanha deverá escapar à recessão

Lagarde referiu-se em particular à Alemanha, a maior economia da Europa, que deverá escapar à recessão em 2023, apesar da situação ainda tensa face à crise energética, segundo as declarações do chanceler Olaf Scholz numa entrevista na terça-feira à Bloomberg.

A Alemanha, que foi atingida pela inflação, que aumenta os custos de produção da indústria, o motor da sua economia, parece estar a aguentar-se melhor do que o esperado graças a um consumo robusto e a uma ajuda pública substancial.

A Comissão Europeia está a prever uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) tanto para a zona euro como para a UE no último trimestre de 2022 e nos primeiros três meses de 2023, antes de uma recuperação no resto do ano.

Reduzir a inflação para 2% é o objetivo

Ao mesmo tempo, Lagarde destacou os dados sobre a inflação que permanecem "demasiado elevados", embora os aumentos de preços tenham abrandado depois de atingirem um pico superior a 10% em outubro.

"A nossa determinação no banco central é trazer (a inflação de volta ao) objetivo de 2% de forma atempada" tomando "todas as medidas para o conseguir", disse.

O BCE aumentou as taxas de juro em 2,5 pontos percentuais desde julho, um aumento de uma rapidez inédita, e planeia manter esta posição restritiva nos próximos meses para tentar reduzir a inflação de forma duradoura.

A presidente do BCE também apontou a necessidade de fazer progressos na transição digital e verde, cujas necessidades de financiamento serão muito importantes e para as quais o dinheiro público "não será suficiente", pelo que exortou a um rápido progresso no sentido da união do mercado de capitais, algo que não pode ser alcançado sem um impulso político.

"Temos de avançar para esta dupla transição e as necessidades de financiamento serão muito grandes para avançarmos rapidamente e para nos tornarmos mais independentes e menos vulneráveis", disse.

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