PS acusa PSD de fazer “número” com perguntas a Costa sobre alegada interferência na banca - TVI

PS acusa PSD de fazer “número” com perguntas a Costa sobre alegada interferência na banca

  • Agência Lusa
  • MM
  • 2 mar 2023, 18:04
Eurico Brilhante Dias intervém durante a sessão plenária de encerramento da discussão na especialidade da Proposta que aprova o Orçamento do Estado para 2022 (Manuel de Almeida, Lusa)

Para Eurico Brilhante Dias, esta iniciativa significa que o “PPD/PSD anda continuamente a seguir as pisadas, a linha, a marcação, da extrema-direita parlamentar”

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, acusou esta quinta-feira o PSD de fazer “um número” com mais 14 perguntas ao primeiro-ministro sobre a alegada interferência do Governo na banca e de “seguir as pisadas” do Chega.

“É com grande dificuldade que vemos esta posição do PSD. Amanhã no plenário vamos discutir um projeto do partido de extrema-direita parlamentar [Chega] sobre a criação de uma comissão eventual sobre esse tema em particular. O PS votará contra”, disse Eurico Brilhante Dias.

O deputado respondia a perguntas dos jornalistas sobre o facto de o PSD ter endereçado esta quinta-feira mais 14 perguntas ao primeiro-ministro sobre a alegada interferência no Banco de Portugal em benefício da empresária angolana Isabel dos Santos, e também na venda e resolução do Banif, considerando que será a “última oportunidade” para esclarecer o assunto.

Para o líder da bancada do PS, esta iniciativa significa que o “PPD/PSD anda continuamente a seguir as pisadas, a linha, a marcação, da extrema-direita parlamentar”.

“E hoje tinha que vir aqui, porque não sabe como vai votar amanhã essa comissão eventual, fazer um pequeno número para explicar que afinal tem mais perguntas para fazer”, acusou.

Em relação ao Banif, Eurico Brilhante Dias, que na penúltima legislatura foi relator da comissão de inquérito sobre o processo de resolução deste banco, considerou que “algumas personalidades da direita portuguesa parece que precisam de reescrever a história do Banif”.

“O Banif parece ser uma pedra no sapato de alguns protagonistas da vida política portuguesa, até alguns que parece que querem regressar agora, mas o Banif – os portugueses não se esquecem - foi deixado à beira da liquidação pelo governo PSD/CDS quando, em grande medida, empurraram para a frente com oito planos de reestruturação chumbados em Bruxelas”, disse.

Para Brilhante Dias, “se os depositantes do Banif salvaram os seus depósitos foi porque numa urgência, praticamente me menos de um mês, o governo do PS conseguiu, com o Banco de Portugal, fechar um processo que tinha sido aberto precisamente pelo governo do PPD-PSD/CDS”.

Já sobre o Eurobic e BPI, o líder parlamentar insistiu que o primeiro-ministro “já respondeu e ficou claro que foi o governo que determinou, a partir do Conselho de Ministros, e com decreto promulgado por sua excelência o senhor Presidente da República, que afastou, desblindou, os estatutos do BPI e permitiu com isso uma reconfiguração necessária à estabilidade do sistema financeiro português”.

“E sabe-se também que houve, durante essa semana, uma intervenção do então governador do Banco de Portugal [Carlos Costa], intervenção essa que ainda não conhecemos em absoluto”, disse, referindo que o PS já pediu ao Banco de Portugal informação sobre esta intervenção.

Os sociais-democratas já tinham enviado, em 23 de novembro, 12 perguntas a António Costa sobre estes temas, sendo que parte das perguntas do PSD centravam-se na alegada intromissão do Governo no Banco de Portugal, na sequência das acusações de Carlos Costa reveladas no livro “O Governador”.

Em causa, segundo o ex-governador e numa versão contestada pelo primeiro-ministro (que já anunciou um processo judicial a Carlos Costa por afirmações “falsas e ofensivas”), está um telefonema de António Costa em 12 de abril de 2016 em que o primeiro-ministro lhe teria dito que “não se pode tratar mal a filha do presidente de um país amigo de Portugal”, no que entendeu como um pedido para que o Banco de Portugal não afastasse a empresária angolana Isabel dos Santos (filha do então Presidente de Angola José Eduardo dos Santos) da administração do BIC.

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