Madeixas de cabelo de Beethoven revelam novos dados sobre a sua morte - TVI

Madeixas de cabelo de Beethoven revelam novos dados sobre a sua morte

  • MCP
  • 23 mar 2023, 17:56
Bethoven

Foram precisos muitos anos e cinco mechas de cabelo do músico para que investigadores pudessem, por fim, satisfazer o último desejo do compositor

Quando Ludwig van Beethoven morreu, em 1827, aos 56 anos, descobriu-se, através de uma autópsia, que o seu fígado estava “cheio de nódulos do tamanho de um feijão”. Mais de dois séculos passados, investigadores da Universidade Cambridge dizem que a causa pode não ter sido apenas o álcool e revelam, com base numa análise genética, que o músico teve hepatite B e que tinha predisposição para sofrer de doença hepática.

No outono de 1802,  Ludwig van Beethoven escreveu uma carta aos seus irmãos. O grande compositor de Fur Elise, perturbado com a sua gradual perda de audição e não conformado com as insinuações de que era um alcoólico, pediu que procurassem o seu médico, após a sua morte, e implorassem que ele tornasse pública a sua doença.

Foram precisos muitos anos e cinco mechas de cabelo do músico para que investigadores pudessem, por fim, satisfazer o seu último desejo. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Tristan Begg, um dos autores do estudo explicou que “a doença do fígado provocada pelo álcool parece ser a explicação mais provável” para a morte. No entanto, provou-se agora que o músico já tinha predisposição para doenças do fígado e que sofreu de Hepatite B.

O estudo utilizou cinco mechas de cabelo, que já apresentavam danos nos seus dados genéticos e que se suspeitavam ser do compositor. Uma parte delas foi anexada a uma carta de um fabricante de harpas, Johann Andreas Stumpff, datada de 7 de maio de 1827 – apenas alguns meses após a morte de Beethoven.
 

 

Quanto às outras três amostras, uma não preservou ADN suficiente para tirar conclusões e outras duas não eram autênticas.

Aliás, uma dessas mechas, supostamente cortada por Ferdinand Hiller, um dia após a morte do compositor alemão, era na verdade de uma mulher. Esse facto é significativo dado que essa mecha, que continha altos níveis de chumbo, sugeria que a perda auditiva de Beethoven teria acontecido devido a envenenamento por chumbo. Agora, essa hipótese foi afastada.

A investigação de Cambridge vai ao encontro da tese de Barry Cooper, académico da Universidade de Manchester e autor do livro “An Extraordinary life” sobre Ludwig van Beethoven, que já tinha abordado a possibilidade de o compositor ter tido hepatite. Mas, segundo Cooper, o álcool terá acelerado os seus problemas de saúde, que levaram à sua cirrose.

 

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