Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica, confirmou a existência de um consenso para a apresentação de uma proposta global única de revisão dos Estatutos do clube.
Em declarações na BTV, o dirigente esclareceu as mudanças que serão submetidas a votação em Assembleia-Geral.
Desde logo, a limitação de mandatos defendida por Rui Costa - válida para o presidente da Direção, da Assembleia-Geral, Conselho Fiscal e da Comissão de Remuneração - passará a ser de três (consecutivos) e entrará em vigor a partir das próximas eleições, aplicando-se, salvaguardou Jaime Antunes, aos órgãos sociais futuros: quer isto dizer que os atuais responsáveis máximos de órgãos sociais podem ainda ser eleitos mais três vezes.
O dirigente entendeu que a proibição de remuneração para quem integra órgãos sociais é «limitativa» e inibe muitos sócios de se tornarem parte mais ativa na vida do clube. «Cria-se a existência de uma comissão de remunerações composta por cinco sócios do Benfica com qualificações e experiência para desempenhar essa função de definição das remunerações da direção e dos restantes órgãos sociais ao nível de senhas de presença. Essa comissão de remunerações será eleita pelos sócios juntamente com os órgãos sociais», vincou.
Haverá, no entanto, um teto para a despesa relacionada com as remunerações dos órgãos sociais, que será de 0,5 por cento da faturação do Grupo Benfica. No entanto, não haverá acumulação de remunerações, o que significa que quem exerça funções na SAD e no clube não receberá duas remunerações.
Mas há mais proposta que irão a votação em AG. Os sócios correspondentes, que pagam menos do que os efetivos e não podem ser eleitos para os órgãos sociais, podem passar a efetivos sendo contabilizado metade do tempo de antiguidade como associados. Jaime Antunes explicou que a nova proposta contempla que os votos de quem tem entre um e cinco anos de filiação ao clube passem de um a três; e dez (em vez dos cinco atuais) para quem tem entre cinco e dez anos.
O dirigente defendeu ainda que os novos Estatutos atribuirão mais poder aos sócios, que votarão não só o Relatório e Contas do Benfica (clube), mas também as contas consolidadas do universo do clube.
Jaime Antunes referiu também que a nova proposta de Estatutos reforça o poder do Benfica sobre a sociedade anónima desportiva (SAD). O presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva (caso ela exista) só pode ser indicado pelo clube e é reforçada a garantia de que Benfica não pode perder a maioria do capital social da SAD.
Sobre o voto eletrónico, o vice-presidente explicou que o novo regulamento eleitoral prevê o voto físico em urna, mas vincou que, caso todas as listas concordem com o voto eletrónico, esta pode ser a opção adotada.
Os Estatutos serão votados na próxima Assembleia-Geral do Benfica, cuja data deverá ser divulgada até ao final de agosto.