Milhares de israelitas saíram esta terça-feira de novo às ruas de várias cidades, para protestar contra a reforma judicial do Governo de Benjamin Netanyahu, que consideram uma ameaça à democracia.
Desde o anúncio em janeiro do plano de reforma do sistema judicial, dezenas de milhares de pessoas têm-se manifestado todas as semanas, num dos maiores movimentos de protesto da história de Israel.
Esta terça-feira, sob calor intenso, milhares de manifestantes juntaram-se, gritando "Democracia, Democracia", agitando bandeiras israelitas, sobretudo nas cidades de Haifa, Telavive, Jerusalém, Petah Tikva e Rehovot.
"Perante um Governo (...) que se apressa a destruir a democracia, só nós, os cidadãos, podemos parar o comboio da ditadura", escreveram os organizadores na convocatória para a manifestação desta terça-feira.
Em Telavive, membros de um grupo de veteranos do Exército formaram uma corrente humana para bloquear a entrada principal do quartel-general.
Os manifestantes também bloquearam várias estradas e marcharam numa rodovia a norte de Telavive.
A polícia reportou 19 detenções, nas manifestações que ocorreram uma semana depois de o Parlamento ter feito uma primeira análise à reforma judicial, que aumenta o poder do Governo.
Esta terça-feira, a comissão de direitos do Parlamento continua os debates para apresentar a votação a nova legislação, o que deverá ocorrer nos próximos dias.
O Governo de Netanyahu acredita que é necessário garantir um melhor equilíbrio de poder, mas os seus críticos olham para a nova legislação como uma ameaça à democracia.
Na segunda-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, convidou o primeiro-ministro israelita para uma visita a Washington, de acordo com o gabinete de Netanyahu, numa altura em que a comunidade internacional não esconde a preocupação com a escalada de tensões nas ruas de Israel.