Bloco de Esquerda lamenta "atos imprudentes" nos protestos pró-Palestina - TVI

Bloco de Esquerda lamenta "atos imprudentes" nos protestos pró-Palestina

  • Agência Lusa
  • BCE
  • 5 out, 12:16
Marisa Matias (LUSA)

Marisa Matias explica que protestos no Rossio ocorreram "no fim da manifestação" apoiada pelo Bloco de Esquerda

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A dirigente do BE Marisa Matias lamentou este domingo os "atos imprudentes" cometidos por uma parte dos manifestantes pró-Palestina, no sábado, em Lisboa, mas acusou a Iniciativa Liberal de “arranjar desculpas” para não “condenar o genocídio”.

“Da Iniciativa Liberal, eu sinceramente não espero mais nada. Eu creio que Mariana Leitão e a IL e os seus dirigentes vão continuar a arranjar todas as desculpas para, ao fim de dois anos, continuarem a não ter uma única palavra que condene o genocídio e a não ter uma palavra de solidariedade com o povo que está a ser massacrado. É isso que está em causa”, criticou Marisa Matias.

A dirigente do Bloco de Esquerda reagiu assim às palavras de Mariana Leitão, líder dos liberais, que no sábado associou partidos como o BE e o Livre a “atos de vandalismo” no país, após uma manifestação pró-Palestina.

Parte dos manifestantes deslocou-se para o interior da estação da CP do Rossio e um deles foi eletrocutado ao tentar subir para a parte superior de um comboio.

Marisa Matias, - que tem representado na campanha a coordenadora nacional, Mariana Mortágua, que foi detida em Israel depois de integrar uma flotilha que pretendia levar ajuda humanitária a Gaza, - começou por salientar a importância dos protestos em Lisboa pró-Palestina e em solidariedade com os membros da flotilha que queria levar ajuda humanitária até Gaza.

“No fim dessa manifestação, e já depois de encerrados os discursos no Rossio, houve um grupo de manifestantes que decidiu continuar os protestos, do meu ponto de vista de forma imprudente”, realçou.

Marisa Matias desejou ainda que o jovem que acabou eletrocutado “recupere totalmente”.

Rui Tavares acusa Mariana Leitão de "desespero" e exige pedido de desculpa

O porta-voz do Livre acusou hoje a presidente da Iniciativa Liberal de desespero e exigiu que Mariana Leitão se retrate por ter responsabilizado o partido de de incentivar "atos de vandalismo" nos protestos pró-Palestina em Lisboa.

“Só um ato de desespero é que pode levar uma líder política a fazer isto. E é uma irresponsabilidade política, é até uma irresponsabilidade social. Porque nós vivemos já numa sociedade muito polarizada, sem precisar deste tipo de coisas. Uma liderança política que seja responsável não faz isto. Mariana Letão deveria pedir desculpas pelo que fez”, considerou Rui Tavares, em Cascais.

À margem de uma ação de campanha para as autárquicas de dia 12, acompanhado pela dirigente do BE Marisa Matias, Rui Tavares salientou que o Livre está presente em “manifestações pelos direitos humanos e contra o genocídio”, e distanciou-se de protestos que “violem o espaço físico de um terceiro”.

“O Livre sempre condenou quando tinha a condenar, lamentou quando tinha a lamentar, não endossa. Todas as pessoas sabem isso”, sublinhou.

Mariana Leitão reagiu entretanto às declarações de Rui Tavares, acusando-o de ter um “discurso sonso”, por defender políticas de “esquerda radical” ao mesmo tempo que quer convencer os eleitores de que não é extremista.

“Rui Tavares vem da esquerda radical, coliga-se com a esquerda radical, vota favoravelmente as propostas da esquerda radical e depois quer que os portugueses acreditem que não é da esquerda radical”, acusou Mariana Leitão, durante uma visita ao mercado de Setúbal, no quadro da campanha eleitoral para as autárquicas de dia 12.

“Esse discurso sonso de Rui Tavares já não engana mais os portugueses”, afirmou a líder liberal. “Rui Tavares percebeu as consequências do discurso que faz e do escalar de desacatos que trouxe”, acrescentou Mariana Leitão, apelando ao porta-voz do Livre e ao “seu parceiro de coligação, o Bloco de Esquerda, para que moderem o seu discurso para evitar este escalar de caos e de desordem a que se tem assistido nos últimos dias”.

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