Em França, os confrontos durante os protestos contra a revisão da lei das aposentações subiram de tom com os manifestantes a incendiarem a porta da Câmara de Bordéus.
Nas redes sociais, as imagens mostram as chamas a consumir a porta do edifício.
#ReformesDesRetraites L’entrée de la mairie de #Bordeaux en feu pic.twitter.com/i2AffFVGzd
— Rue89 Bordeaux (@Rue89Bordeaux) March 23, 2023
Segundo o correspondente do jornal Le Monde no local, a porta ardeu, mas os bombeiros conseguiram conter o incêndio. Em declarações ao jornal, o presidente da Câmara de Bordéus, Pierre Hurmic, afirmou estar "extremamente chocado" com o incêndio.
"Lamento qualquer acto de violência. Lamento qualquer acto de violência. O direito de manifestação é um direito constitucional, o direito de roubar não é. Como podem esperar que eu não condene tais actos de vandalismo e destruição nos termos mais fortes possíveis? Psicologicamente, sinto-me muito magoado, muito chocado com esta iniciativa, penso como todo o pessoal municipal e os representantes eleitos da cidade de Bordéus que não compreendem este acto de vandalismo. Estamos a organizar uma guarda para a entrada na Câmara Municipal de Bordéus esta noite e amanhã tomaremos medidas para a consolidar e fazer com que funcione o mais rapidamente possível", afirmou Pierre Hurmic.
172 detenções em 24 horas
O Ministro do Interior Gérald Darmanin revelou ao início da noite que, no decorrer das manifestações, foram contabilizados 140 incêndios em Paris, dos quais 50 ainda estão em curso, e que 172 pessoas foram detidas esta quinta-feira, das quais 70 em Paris.
"A violência não passará", afirmou-
Citado pelo Le Monde, Darmanin revelou que 149 agentes da polícia ficaram feridos esta quinta-feira, "alguns gravemente". Desde o início dos protestos, 350 agentes ficaram feridos.
França vive a nona jornada de protestos contra uma lei que aumenta de 62 para 64 a idade mínima de reforma sem penalizações financeiras, que foi definitivamente aprovada na passada segunda-feira, ao serem chumbadas duas moções de censura ao Governo, uma delas por apenas nove votos.
Macron afirmou na quarta-feira esperar que a alteração à lei das reformas entre em vigor antes do final do ano, assim que receber a aprovação do Conselho Constitucional, ao passo que os sindicatos garantem que prosseguirão os protestos e as greves para obrigar o executivo, chefiado pela primeira-ministra Élisabeth Borne, a recuar e retirar o diploma.