Manifestantes incendeiam edifício da Câmara de Bordéus durante protestos em França - TVI

Manifestantes incendeiam edifício da Câmara de Bordéus durante protestos em França

Protestos em França (EPA)

Só esta quinta-feira foram feitas 172 detenções, de acordo com o Ministro do Interior

Em França, os confrontos durante os protestos contra a revisão da lei das aposentações subiram de tom com os manifestantes a incendiarem a porta da Câmara de Bordéus.

Nas redes sociais, as imagens mostram as chamas a consumir a porta do edifício.

Segundo o correspondente do jornal Le Monde no local, a porta ardeu, mas os bombeiros conseguiram conter o incêndio. Em declarações ao jornal, o presidente da Câmara de Bordéus, Pierre Hurmic, afirmou estar "extremamente chocado" com o incêndio.

"Lamento qualquer acto de violência. Lamento qualquer acto de violência. O direito de manifestação é um direito constitucional, o direito de roubar não é. Como podem esperar que eu não condene tais actos de vandalismo e destruição nos termos mais fortes possíveis? Psicologicamente, sinto-me muito magoado, muito chocado com esta iniciativa, penso como todo o pessoal municipal e os representantes eleitos da cidade de Bordéus que não compreendem este acto de vandalismo. Estamos a organizar uma guarda para a entrada na Câmara Municipal de Bordéus esta noite e amanhã tomaremos medidas para a consolidar e fazer com que funcione o mais rapidamente possível", afirmou Pierre Hurmic.

172 detenções em 24 horas

O Ministro do Interior Gérald Darmanin revelou ao início da noite que, no decorrer das manifestações, foram contabilizados 140 incêndios em Paris, dos quais 50 ainda estão em curso, e que 172 pessoas foram detidas esta quinta-feira, das quais 70 em Paris.

"A violência não passará", afirmou-

Citado pelo Le Monde, Darmanin revelou que 149 agentes da polícia ficaram feridos esta quinta-feira, "alguns gravemente". Desde o início dos protestos, 350 agentes ficaram feridos. 

França vive a nona jornada de protestos contra uma lei que aumenta de 62 para 64 a idade mínima de reforma sem penalizações financeiras, que foi definitivamente aprovada na passada segunda-feira, ao serem chumbadas duas moções de censura ao Governo, uma delas por apenas nove votos.

Macron afirmou na quarta-feira esperar que a alteração à lei das reformas entre em vigor antes do final do ano, assim que receber a aprovação do Conselho Constitucional, ao passo que os sindicatos garantem que prosseguirão os protestos e as greves para obrigar o executivo, chefiado pela primeira-ministra Élisabeth Borne, a recuar e retirar o diploma.

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