Líder da oposição no Camboja condenado a 27 anos de prisão por traição - TVI

Líder da oposição no Camboja condenado a 27 anos de prisão por traição

  • Agência Lusa
  • AG
  • 3 mar 2023, 06:50
Kem Sokha (Heng Sinith/AP)

Fica também proibido de votar ou concorrer a cargos políticos

Um tribunal do Camboja condenou hoje o líder da oposição Kem Sokha a 27 anos de prisão domiciliária por traição, num caso que grupos de direitos humanos dizem ter motivação política.

"Kem Sokha (...) é condenado a 27 anos de prisão por conluio com estrangeiros no Camboja e noutros lugares", disse o juiz Koy Sao, num tribunal de Phnom Penh.

Figura da oposição e cofundador do Partido da Salvação Nacional do Camboja (PSNC), entretanto dissolvido, Kem Sokha, de 69 anos, tem contestado sempre as acusações.

O político foi levado de imediato do tribunal para casa, onde vai permanecer em prisão domiciliária, estando proibido de se encontrar com qualquer pessoa, exceto membros da família.

Kem Sohka também está proibido de votar ou concorrer a cargos políticos.

A condenação do ativista é um erro da justiça, reagiu o embaixador dos Estados Unidos no Camboja.

O julgamento foi baseado numa "conspiração fabricada", disse W. Patrick Murphy aos jornalistas, no exterior do tribunal de Phnom Penh.

Kem Sohka foi detido em setembro de 2017 e acusado de tentar derrubar o governo de Hun Sen, no poder desde 1985.

Críticos dizem que com Hun Sen houve um retrocesso das liberdades democráticas no país e que este utilizou os tribunais para reprimir opositores, deter ativistas e defensores dos direitos humanos.

Em outubro de 2022, Sam Rainsy, líder histórico da oposição do Camboja e também cofundador do PSNC, foi condenado à revelia a prisão perpétua, uma pena simbólica, uma vez que o ativista está proibido de regressar ao país.

Rainsy foi considerado culpado de tentar “entregar a um stado estrangeiro todo ou parte do território” do Camboja.

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