O significado oculto por trás do traje de coroação de Camilla - TVI

O significado oculto por trás do traje de coroação de Camilla

  • CNN
  • Nicole Mowbray
  • 8 mai 2023, 09:00
Rainha Camilla é coroada (Associated Press)

Relacionados

Os pormenores do traje de coroação da rainha consorte foram divulgados ao longo das últimas semanas, mas quando finalmente foram revelados na Abadia de Westminster, na manhã de sábado, não desiludiram - combinando um aceno à tradição com toques mais modernos e pessoais.

Ao chegar à cerimónia, Camilla vestia um manto de Estado de veludo carmesim e arminho, originalmente feito para a coroação da rainha Isabel, conservado e ajustado pelos alfaiates mais antigos de Londres, Ede e Ravenscroft.

Mas é sob esta vestimenta histórica que começa a história pessoal de Camilla. O seu vestido da coroação bordado a marfim, prata e ouro foi criado pelo estilista britânico Bruce Oldfield, casa que celebra o seu 50.º aniversário este ano e com quem Camilla tem uma relação de longa data.

Camilla chega à Abadia de Westminster no coche do Jubileu de Diamante com o seu manto de Estado em arminho. Richard Heathcote/Getty Images

Simples, feito à medida e cortado em Peau de Soie, uma seda com um acabamento brilhante e opaco, foi tecido por Stephen Walters em Suffolk, Inglaterra.

O vestido apresentava os painéis característicos de Oldfield, uma cauda curta e bordados finos, mas intrincados de "margaridas, miosótis, celidónias e pimpinelas, representando a afeição do rei e da rainha consorte pela natureza e pelo campo britânico", indicou o palácio, em comunicado.

"Sinto-me honrado por ter sido convidado a desenhar um vestido tão histórico para Sua Majestade. Esta é realmente a encomenda mais importante da minha vida. Muito emocionante e muito especial", disse Oldfield ao Women's Wear Daily.

"Um elemento interessante do vestido é que ele reflete uma representação mais fluída e moderna do afeto do rei e da rainha consorte pela natureza e pelo campo britânico."

Bruce Oldfield nasceu em Londres, filho de mãe irlandesa e pai jamaicano, mas passou os primeiros 13 anos da sua vida no norte de Inglaterra com a sua mãe adotiva Violet Masters, uma costureira apaixonada pela costura.

Bruce Oldfield tem uma relação de longa data com a família real, nomeadamente com Camilla. Andrew Matthews/WPA Pool/Getty Images

Em setembro de 1973, depois de estudar na escola de moda Central Saint Martin em Londres, Oldfield começou a desenhar para os grandes armazéns Henri Bendel em Nova Iorque, seguindo-se uma passagem por Paris antes de criar a sua própria marca e, alguns anos mais tarde, em 1984, abrir a sua primeira loja em Londres.

Um favorito de longa data de celebridades como Bianca Jagger e Charlotte Rampling, as ligações de Oldfield à família real remontam à sua relação com a princesa Diana, que começou em 1981. Oldfield desenhou muitos dos vestidos icónicos da princesa Diana nos anos 80 e os seus fatos elegantes e vestidos lisonjeiros de então conquistaram um novo público, com estrelas como Taylor Swift e Rihanna a serem vistas com as suas peças vintage.

Bruce Oldfield e Camilla no Palácio de Buckingham, a 12 de maio de 2016. Dominic Lipinski/WPA Pool/Getty Images/File

Atualmente a trabalhar num estúdio na apropriadamente chamada Prince of Wales Drive [rua do Príncipe de Gales, na tradução], em Battersea, no sul de Londres, Oldfield, que tem 72 anos, disse ao The Guardian que desenha para Camilla há 13 anos, "ou seja, há mais anos do que (desenhei para) Diana, na verdade".

Para sair, Camilla vestiu outra capa de Ede e Ravenscroft, o chamado manto real da rainha, feito especialmente para ela num rico veludo roxo. Foi desenhado e bordado à mão pela Royal School of Needlework - uma escola de bordados à mão sediada no Hampton Court Palace, no oeste de Londres, da qual Camilla é patrona.

Entre as 24 plantas bordadas a fio de ouro encontram-se o lírio-do-vale, que figurava no bouquet de casamento de Sua Majestade (e é também conhecida por ser a flor preferida da rainha Isabel II), a alquemila, a murta, o feto de avenca, a centáurea e o delfínio - uma das flores preferidas do rei e a flor do mês de julho, mês de nascimento da rainha consorte. Aparecem também os emblemas nacionais da rosa, do cardo e do trevo.

Pela primeira vez, o manto continha também bordados de insetos: abelhas, borboletas, besouros e uma lagarta - em consonância com o tema da apreciação pastoral.

O colar da rainha consorte, da Garrard, foi o mesmo usado pela rainha Isabel na sua coroação em 1953.

 
 
Continue a ler esta notícia

Relacionados