O Boavista arrancou a ferros os primeiros três pontos da temporada 2024/25, com uma vitória sobre o Casa Pia, no Estádio Municipal de Rio Maior. Um jogo em que ditou o ritmo baixo, com muito calor, e que, apesar dos melhores pergaminhos apresentados pelo Casa Pia, o Boavista conseguiu ganhar através de uma grande penalidade (0-1). Foi um jogo com alguns casos dúbios de arbitragem e muitos pedidos de penálti.
Os gansos tiveram uma abordagem mais esclarecida, com mais posse de bola e remates, mas faltou assertividade e presença na área. Já o Boavista soube aproveitar o castigo máximo e ainda podia ter marcado outro tento, caso Bozenik tivesse uma noite mais feliz.
Casa Pia e Boavista reencontraram-se na tarde deste sábado, após umas férias mais tranquilas para uns do que para outros. É que o Casa Pia, equipa que se estabelece cada vez mais na Liga, manteve grande parte da sua estrutura do ano passado, adicionando alguns elementos como José Fonte, campeão europeu em 2016, João Goulart e Raúl Blanco.
Por outro lado, o Boavista não pode inscrever jogadores, para já, devido a restrições financeiras já admitidas pela direção liderada por Fary Faye. Os dois reforços, Bruninho e Alhassan, nem foram convocados. Perdeu Makouta, Malheiro, Berna, Luís Santos, Bruno Lourenço, Sasso, e Martim Tavares, e teve de alinhar com os jogadores restantes.
No banco de suplentes, os dois treinadores estreavam-se na liderança das equipas. João Pereira é o novo técnico do Casa Pia, apesar de ter apenas 32 anos. Destacou-se ao serviço do Alverca e deu o salto para a I Liga, apesar de aparecer na ficha técnica como adjunto de Alexandre Santana (não tem ainda as qualificações necessárias). Já Cristiano Bacci, italiano, regressa a Portugal após uma experiência no Olhanense entre 2014 e 2016.
O Casa Pia apresentou-se com um 3-4-3 dinâmico no ataque, a conseguir descobrir bem os espaços deixados entre linhas pelo Boavista. Especialmente pelo lado esquerdo, com Nuno Moreira e Leonardo Lelo a combinar frequentemente. Pablo Roberto, médio, aparecia em zonas de finalização e teve pelo menos duas boas chances de marcar, mas foi perdulário no momento do remate.
À medida que o tempo foi passando, a defesa do Boavista foi conseguindo alinhavar-se e impediu novas progressões dos gansos, sendo que o intenso calor que se fazia sentir no Ribatejo não colaborava com o espetáculo. O intervalo chegou naturalmente, e as equipas pareciam agradecer um tempo de descanso.
Nenhum dos técnicos promoveu alterações. A segunda parte começou mais partida, com mais transições de parte a parte. Nuno Moreira criou perigo em dois momentos, dentro da grande área boavisteira. Era um dos mais inconformados na partida.
O Boavista respondeu com um remate forte de Ibrahima, mas à figura, e uma grande chance desperdiçada por Bozenik. Num três contra dois, o eslovaco deslumbrou-se e atirou acima da baliza de Ricardo Batista. Os colegas pediam o passe.
Depois disso, sucederam-se os pedidos de grande penalidade. Primeiro do lado do Casa Pia, por alegada falta de Pedro Gomes sobre o central João Goulart. Nada assinalado. Pouco depois, foi a vez de Robert Bozenik pedir castigo máximo após um agarrão de José Fonte, quando partia sozinho para a baliza. Mais uma vez, o árbitro Pedro Ramalho não acedeu aos pedidos mas, desta feita, ficam mais dúvidas quanto a esse juízo.
À terceira, foi de vez. Joel Silva, médio do Boavista, isolou-se na cara de Ricardo Batista e foi derrubado pelo guarda-redes do Casa Pia. Ramalho não teve dúvidas do castigo máximo. Miguel Reisinho enganou o experiente guardião da marca dos onze metros e deu a vantagem aos visitantes.
Seguiu-se um período intenso de alterações dos dois lados, que quebrou um pouco o fio condutor do jogo. Mas o Boavista ia conseguindo afastar as ameaças dos casapianos. Muito sofrimento de parte a parte, em que uma figura maior emergiu - João Gonçalves, guardião do Boavista, que segurou a vantagem em cima dos noventa com uma defesa espetacular, ao nível dos melhores. Os axedrezados começam bem, apesar de todas as contrariedades.