Catarina Martins critica economia que vive da miséria e da exploração de imigrantes - TVI

Catarina Martins critica economia que vive da miséria e da exploração de imigrantes

  • Agência Lusa
  • MJC
  • 18 fev 2023, 21:59
Catarina Martins (Rodrigo Antunes/Lusa)

Líder do Bloco de Esquerda lembrou os imigrantes que são chamados para “trabalharem por ‘tuta e meia’ e sem nenhuns direitos”

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou este sábado a economia que vive da “miséria e da exploração” de imigrantes, nomeadamente a agricultura intensiva, que acusou de estar a deixar um “rasto de desastre” no território português.

“A agricultura intensiva está a espalhar-se pelo território português e está a espalhar-se pelo território português deixando um rasto de desastre. A agricultura intensiva está a deixar o rasto do desastre nos solos, completamente deteriorados, como está a deixar o rasto do desastre da água inquinada e, sobretudo, deste desastre humano que é uma economia que vive da miséria e da exploração”, afirmou.

Catarina Martins falava no Fundão, no distrito de Castelo Branco, no encerramento da iniciativa “Semear Coesão – o Encontro do Interior do Avesso 2023”, que decorreu ao longo do dia, com o objetivo de promover a discussão sobre os assuntos e desafios para quem vive, trabalha, estuda ou é ativista no interior.

Ao fechar a sessão, a líder bloquista considerou que os problemas que se vivem no país estão muito relacionados com o que chamou de “economia rentista e de privilégio”, com alguns a tirarem proveito dos financiamentos públicos que são prometidos e da incapacidade do país ter um projeto de desenvolvimento económico e de coesão territorial.

A falar num concelho do interior do país, a coordenadora do Bloco de Esquerda também considerou que existe uma visão “extrativista” desse território e deu como exemplo a questão da agricultura intensiva, destacando que esta não abarca apenas o Alentejo, e apontou os problemas que estão associados a esta atividade.

Nesse ponto, recordou a questão dos imigrantes que são chamados para “trabalharem por ‘tuta e meia’ e sem nenhuns direitos”.

Lembrando que estes acabam o dia a dormir “numa qualquer camarata de 20 pessoas”, apontou o dedo à economia, que nunca pensa onde é que estes vão morar ou como vão morar.

Catarina Martins sublinhou que o país precisa destas pessoas, mas também exigiu “respeito absoluto” para elas.

“Claro que nós precisamos [dos imigrantes] e precisamos, como toda a gente, que vivam de cabeça erguida e com toda a dignidade, com respeito absoluto pelos direitos do trabalho e pelos direitos humanos que queremos para qualquer pessoa no nosso país”.

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