Freeport desmente notícia de falência

A administração do Freeport de Alcochete negou hoje que aquele espaço comercial enfrente um processo de falência e anunciou que vai «investir significativamente» neste projecto, noticia a agência Lusa.

A empresa reagiu em comunicado a uma notícia divulgada esta quinta-feira no Jornal de Negócios, segundo a qual o maior «outlet» da Europa pode vir a fechar as portas, com lojistas a admitirem pedir falência ao Fere.

«A Freeport PLC desmente categoricamente os rumores divulgados hoje em alguns meios de comunicação social, segundo os quais enfrenta um processo de falência», afirma a empresa no comunicado.

«Esta notícia não é verdadeira e não passa de uma conspiração movida por certos indivíduos no sentido de tentar destruir a boa-vontade e reputação que a companhia construiu em Portugal, desde que iniciou o seu negócio em 2004», sustenta Lestyn Roberts.

A Freeport garante ainda que «investiu e vai investir significativamente neste projecto» e remete mais esclarecimentos para uma conferência de imprensa que irá realizar na próxima sexta-feira, em Lisboa.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Luís Franco (CDU), considerou que este caso é de alguma «complexidade para a autarquia» e adiantou que tem uma reunião agendada para sexta-feira de manhã com a associação de lojistas para recolher mais informações.

Luís Franco adiantou que a associação de lojitas pretende pedir judicialmente a insolvência do estabelecimento comercial do Freeport.

O autarca adiantou que a licença do Freeport foi prorrogada devido a um conjunto de alterações no espaço que a administração pretende realizar.

"Quando entramos na Câmara, a 31 de Outubro de 2005, já apanhamos o processo do Freeport a decorrer. A licença foi prorrogada porque a administração pretende fazer alterações no espaço e nós pedimos um parecer à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional para perceber se as leis ambientais são respeitadas", explicou.

Em declarações ao Jornal de Negócios, Maria José Trigueiros, advogada de vários lojistas, admitiu recorrer ao tribunal para pedir a falência ao Freeport de Alcochete.

Um membro dos órgãos sociais da Associação dos Lojistas adiantou ao jornal que as estimativas da empresa de 20 milhões de visitantes, só no primeiro ano, eram «enganadoras».

A associação pediu uma contagem a uma empresa reconhecida da especialidade que conclui que a estimativa era de apenas três milhões de visitantes para 2006 e que, em 2005, foi de quatro milhões.

A actual directora do Freeport, Louise Sutton, negou ao jornal que a empresa esteja em insolvência, garantindo, em comunicado, que serão investidos 3,8 milhões de euros em obras de melhoramento e na reabertura dos cinemas.