Pela primeira vez em mais de uma década, os Certificados de Aforro voltam a remunerar os aforradores com taxas de juro acima dos 3%.
De acordo com cálculos do ECO, a taxa de juro bruta para novas subscrições e capitalizações de Certificados de Aforro em janeiro será de 3,016%. É preciso recuar até 2009 para encontrar uma remuneração semelhante destes títulos de dívida do Estado desenhados para os pequenos aforradores.
No espaço de um ano, a taxa de juro dos Certificados de Aforro da Série E (que são comercializados desde novembro de 2017) foi multiplicada por 7,4 vezes, passando de 0,41% em janeiro deste ano para 3,02% no próximo mês.
A evolução da taxa de juro dos Certificados de Aforro é resultado da escalada galopante da taxa Euribor a três meses ao longo do último ano, que passou de valores negativos (até julho) para uma taxa de 2,2% atualmente.
De acordo com a Portaria que regula a Série E, a taxa de juro dos Certificados de Aforro é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo uma fórmula de cálculo que tem em conta a média dos valores da taxa Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores mais um prémio de 1%, até um valor máximo de 3,5% e mínimo de 0%.
A esta taxa são ainda aplicada prémios de permanência para os aforradores que detêm os títulos há mais de um ano: 0,5% entre o segundo e o quinto ano de permanência e 1% entre o sexto e o décimo ano.
Os juros têm uma periodicidade trimestral e assumem uma capitalização automática até ao prazo máximo de dez anos. Se até então não houver lugar a qualquer reembolso, os juros e o capital investido ao longo de uma década são creditados na conta bancária.